Os preços das casas na Europa estão novamente a expandir (+2,9% em termos homólogos no 2º trimestre de 2024). O relatório European Residential Report, uma iniciativa do BNP Paribas Real Estate e da Worx Real Estate, revela que 21 dos 30 países registaram novos máximos nos preços da habitação, sendo que apenas 9 países ainda estão abaixo dos seus picos. Portugal destacou-se como o 7º mercado em que os preços mais cresceram.
Os valores de arrendamento registaram máximos históricos (+3,0% em termos homólogos no 2º trimestre de 2024) resultado da escassez de poder de compra de habitação e às crescentes fricções devidas à regulamentação do arrendamento e da energia pela Europa fora. Portugal revelou-se igualmente o 8º mercado com maior crescimento nas rendas habitacionais. Face à evolução de ambos os mercados, neste momento em Portugal tanto compensa comprar, como arrendar casa, segundo o estudo.
O rácio entre compra e renda avalia a relação entre a prestação mensal de um empréstimo bancário para habitação e a renda mensal de um imóvel semelhante. Este rácio demonstrou que compensa largamente comprar casa na Áustria, Alemanha ou na Noruega, mas em Portugal, neste momento, é financeiramente indiferente.
Os volumes de investimento aumentaram 2,3 % em termos homólogos no 3º trimestre de 2024, atingindo 22,6 mil milhões de euros nos primeiros 9 meses do ano, mantendo uma representatividade no total do volume de investimento imobiliário comercial de 18%. A maior parte do investimento foi predominantemente doméstico e de investidores europeus e focado em negócios inferiores a 50 milhões de euros. Alemanha, Reino Unido e Suécia foram os principais mercados a atrair capital.
Os especialistas do BNP Paribas Real Estate e da Worx Real Estate Consultants anteveem que, à luz dos fundamentos apresentados, os preços da habitação em toda a Europa continuem a subir, impulsionados pela recuperação do poder de compra de habitação devido aos cortes nas taxas de juro dos bancos centrais, aos mercados imobiliários menos caros e à melhoria do rendimento disponível das famílias.
Da mesma forma, os especialistas preveem que o aumento do valor das rendas continue no próximo ano, mas a um ritmo mais lento. O investimento irá corresponder às oportunidades que existirem no mercado no próximo ano, já que a falta de produto é clara e o setor residencial apresenta fortes fundamentais de desequilíbrio entre oferta e procura.
Por outro lado, a necessidade de refinanciamento de alguns players e a regulamentação do arrendamento em alguns países podem ser fatores limitadores à canalização de capital para o investimento residencial.