A oferta de habitação para vende em Portugal continental caiu 3% face ao trimestre anterior, considerando o stock de fogos do SIR - Sistema de Informação Residencial, revela a Confidencial Imobiliário.
Importa referir que este é o terceiro trimestre consecutivo em que a oferta decresce, depois de um período de dois anos em que o stock para venda cresceu cerca de 36%. A redução da oferta é observada desde o 3º trimestre do ano passado, com quebras em cadeia da ordem dos 2% a 3%.
“A retoma da procura acabou por reduzir a oferta existente no mercado, o que é expectável face a um stock que continua a ser dominado pela habitação usada e onde a reposição por via dos fogos novos se mantém pressionada”
Ricardo Guimarães, Diretor da Confidencial Imobiliário, explica que “esta diminuição da oferta coincide com a aceleração das vendas residenciais, que registaram uma forte intensificação no mesmo período, atingindo mesmo um pico de 43.000 habitações transacionadas no 4º trimestre de 2024. Ou seja, a retoma da procura acabou por reduzir a oferta existente no mercado, o que é expetável face a um stock que continua a ser dominado pela habitação usada e onde a reposição por via dos fogos novos se mantém pressionada”
O responsável acrescenta que “esta diferença no comportamento dos fluxos de oferta e de procura acentuou a curva de crescimento dos preços que, em termos trimestrais, acelerou de 2,5% no 3º trimestre de 2024, para 4,1% no trimestre seguinte e novamente para 6,6% no 1º trimestre de 2025. Neste período, a taxa de variação homóloga praticamente duplicou, de 8,3% para 15,8%”.
Lisboa recua, Porto reforça trajetória de crescimento
Lisboa segue a tendência observada a nível nacional, registando uma descida de 6% no primeiro trimestre de 2025 face ao trimestre anterior – o terceiro recuo consecutivo. Em contraste, o Porto mantém a trajetória de crescimento iniciada no final de 2022 e o qual foi especialmente vigoroso no 1º trimestre deste ano.
Nesse período, o stock para venda na Área Metropolitana do Porto aumentou 11% face ao trimestre anterior, traduzindo a forte dinâmica de lançamento de obra nova, conforme sinalizado pela informação do Pipeline Imobiliário, de acordo com a qual o Porto e Vila Nova de Gaia lideraram, em 2024, o investimento em nova promoção residencial a nível nacional, com 3.400 novos fogos em pipeline cada.