Número de casas no mercado em mínimos de 15 anos

Número de casas no mercado em mínimos de 15 anos

Há 15 anos que não havia tão poucas casas à venda no mercado em Portugal (Continental). 2022 fechou com um registo de oferta residencial de 47.200 fogos para venda, e da oferta contabilizada no último trimestre do ano, 17.600 são fogos novos, e 29.600 são usados.

De acordo com a base de dados SIR-Sistema de Informação Residencial, da Confidencial Imobiliário, este é o volume trimestral de oferta mais baixo desde meados de 2007, consolidando dois anos de sucessivas reduções na carteira de habitações disponíveis para venda no país. Estas 47.200 casas ficam 25% abaixo dos níveis observados no arranque de 2021, quando estavam no mercado 63.000 unidades.

Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, comenta que «a tendência de redução da oferta tem sido visível tanto na habitação nova como na usada, refletindo a dupla circunstância de existir uma baixa capacidade de reposição de produto novo e uma procura em expansão, o que tem resultado também num elevado ritmo de absorção dos fogos existentes».

Segundo Ricardo Guimarães, «esta falta de oferta estrutural continua a ser uma das principais razões para que o ritmo de valorização se mantenha tão elevado».


Oferta reduz mais nas áreas metropolitanas

As Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto são aquelas que registam maior redução da oferta de habitação. No último trimestre do ano passado, as empresas participantes no SIR reportaram um total de 20.700 fogos em oferta na região de Lisboa, outro mínimo de 15 anos, que contrastam com um stock de 29.000 casas registado dois anos antes e menos de metade dos padrões deste mercado entre 2009 e 2010, quando o stock em oferta superava as 50.000 unidades.

Já na região do Porto, no 4º trimestre o volume da oferta somava pouco mais de 7.000 casas, próximo do valor registado em meados de 2019. Uma geografia que tem registado um comportamento menos consistente do que Lisboa, com oscilações ao longo dos trimestres entre a redução e a expansão, mas a realidade do mercado é também bastante diferente dos últimos anos: entre 2009 e 2012, a Área Metropolitana do Porto chegou a ter mais de 20.000 fogos por trimestre em oferta.