No mais recente relatório Real Estate Report 2024, da Berkshire Hathaway HomeServices, a imobiliária assinala que a escassez de imóveis faz disparar preços das casas em Portugal.
De acordo com este relatório, estão em falta cerca de 300 mil imóveis e o ritmo de construção não está a acompanhar a procura, o que resulta na subida significativa dos preços. Esta situação, associada à atual instabilidade política e económica vivida no país, contribuiu para uma diminuição significativa das vendas de imóveis em 2023.
O relatório da Berkshire Hathaway HomeServices refere uma diminuição de 25% nas vendas em 2023, embora se considere que o mercado imobiliário português permanece resiliente e com boas perspetivas.
Uma das razões apontadas para esse otimismo é o crescente interesse dos estrangeiros, incluindo nómadas digitais, que tem impulsionado o mercado imobiliário português. Atualmente, há mais de 700 mil estrangeiros a viver em Portugal e que valorizam fatores como o clima, baixa criminalidade e a beleza da costa portuguesa.
Compradores procuram residências energeticamente eficientes
O relatório destaca ainda que os compradores em Portugal procuram residências modernas e energeticamente eficientes, preferencialmente localizadas em regiões privilegiadas como Lisboa e Cascais.
Em 2023, 40% dos compradores vieram dos EUA, particularmente de Nova Iorque e da Califórnia, seguindo-se os compradores de França e do Reino Unido. Muitos desses compradores pretendem arrendar as suas casas e por isso procuram propriedades em ótimo estado. Cerca de 80% procuram casas unifamiliares, principalmente moradias.
No ano transato, «os preços aumentaram mais de 10% em comparação com 2022, impulsionando o preço médio por metro quadrado para 4.800 euros, com picos de até 10.000 euros em algumas áreas», destaca César Santos, proprietário e CEO da Berkshire Hathaway HomeServices Atlantic Portugal.
Apesar das incertezas a nível global, Michael Vincent, CEO e Presidente da Berkshire Hathaway HomeServices Portugal Property, considera que Portugal «continua a ser um destino de referência. Estamos bem posicionados para enfrentar os desafios e capitalizar as oportunidades em 2024. Os estrangeiros querem viver a sua reforma em Portugal».