As compras de habitação por jovens até aos 35 anos cresceram 59% entre 2023 e 2025, com uma aceleração particularmente expressiva em 2024. A evolução reflete o impacto direto das medidas públicas de apoio à habitação jovem no comportamento da procura residencial.
As conclusões constam de uma análise agora divulgada pela ERA Portugal, que avaliou os efeitos das políticas implementadas pelo Governo. Para garantir conclusões mais fidedignas, o estudo comparou as aquisições realizadas nos períodos imediatamente anterior e posterior à entrada em vigor das medidas, abrangendo os intervalos de 2023-2024 e 2024-2025.
Em maio de 2024, o impacto foi imediato: a ERA registou um aumento de 28,4% nas aquisições realizadas por parte de jovens até os 35 anos face a 2023 e identificou mais 233 compradores jovens qualificados, o maior crescimento absoluto entre todos os grupos etários analisados.
Já em 2025, com as medidas plenamente em vigor, o dinamismo manteve-se, com um novo crescimento de 24% em relação ao ano anterior. Além do aumento de procura, acompanhado pela estabilização das taxas de juro, esta janela temporal ainda assinalou uma continuada pressão sobre a oferta, especialmente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, bem como nas regiões turísticas.
Os dados ainda demonstram que, num momento em que a oferta permanece limitada, a procura por parte dos jovens veio pressionar ainda mais o preço médio dos imóveis e reforçar a tensão no mercado.
“As medidas de apoio aos jovens não só aumentaram o interesse deste segmento, como também reduziram parte das barreiras associadas ao esforço financeiro. Estes sinais evidenciam uma camada da população jovem que, hoje, está mais ativa, mais madura e mais próxima da decisão. No entanto, o aumento da pressão sobre a oferta volta a deixar bem claro a urgência de agilizar processos e promover mais construção em Portugal”, afirma Rui Torgal, CEO da ERA Portugal.