A casa inteligente como alavanca para a transição ecológica

A casa inteligente como alavanca para a transição ecológica

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Para melhor canalizar esta ajuda, foi depois criado o sobejamente conhecido Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que se baseia em três eixos centrais: resiliência, transição climática e transição digital. Contudo, esta pequena introdução serve apenas para contextualizar o artigo que vos trago, onde me quero focar, essencialmente, no papel que os edifícios residenciais desempenham no sentido de ajudar a construir um futuro melhor e mais sustentável para o nosso país.

Evoluir para as Smart Cities

O primeiro passo a dar é a transição energética – e, felizmente, Portugal não parte do zero neste ponto. Com vista a cumprir o grande objetivo da União Europeia de conseguir alcançar a neutralidade carbónica até 2050, Portugal estabeleceu o Plano Nacional de Energia 2021-2030 (PNEC), o principal instrumento de política energética e climática para a década em que nos encontramos, e cujas principais metas são: reduzir as emissões de gases de efeito de estufa (GEE) entre 45 e 55% em comparação com 2005 (sobretudo nos setores de serviços, residencial e transportes); reduzir 35% do consumo de energia primária para aumentar a eficiência energética; aumentar a contribuição das energias renováveis (em 47%) no consumo total final de energia; e aumentar as interligações elétricas com a Europa (em 15%).

Neste roteiro para a descarbonização, importa ainda referir que somos um dos países europeus que estabelece metas mais ambiciosas para si mesmo. Este Plano ajuda-nos também a entrar num outro caminho: o das Smart Cities. As cidades inteligentes baseiam-se num desenvolvimento urbano sustentável, e nelas aplicam-se, tanto quanto possível, diferentes tecnologias para proporcionar serviços urbanos mais eficientes. Implicam, contudo, uma atualização significativa das infraestruturas e que nos familiarizemos ao máximo com conceitos como autoconsumo, descarbonização ou descentralização de cargas, entre outros.

O potencial dos edifícios residenciais

Estas cidades inteligentes de que falamos vão contar com quatro tipos diferentes de edifícios: residenciais, pequenos terciários, grandes terciários e industriais. No que diz respeito ao primeiro tipo, as casas inteligentes serão particularmente relevantes – uma vez que mais de 88% da população portuguesa tem acesso à Internet e o mercado de dispositivos conectados não para de crescer (17,2% apenas em 2021, e com tendência em alta). Integrar tecnologias conectadas nas casas permite maior conforto, mas também ajuda a acelerar a transição ecológica. Não esqueçamos que as casas consomem quase 20% do total de energia elétrica do nosso país; e que uma grande parte desse consumo se deve ao aquecimento, refrigeração e água quente sanitária – ou seja, às instalações térmicas das casas.

Este é, precisamente, um dos pilares abordados pelo referido PNEC, que procura passar da utilização de combustíveis fósseis à integração cada vez maior das renováveis, através de tecnologias como painéis solares térmicos, biomassa e energia geotérmica ou aerotérmica. Para além disto, devemos também ter em conta a automação residencial (domótica) enquanto sistema de controlo e monitorização, pois permite alcançar eficiências energéticas acima da média, bem como o controlo e regulação da produção térmica centralizada em edifícios.

As tecnologias conectadas como solução

Felizmente, a tecnologia necessária para tornar as casas e edifícios inteligentes já está no mercado. Um bom exemplo é o Wiser, a plataforma IoT da Schneider Electric que, ao ser simples, escalável e sem fios, possibilita que seja possível dotar com estas capacidades até mesmo os edifícios antigos – algo que, de resto, está também contemplado como prioridade no PRR (a reabilitação energética do parque residencial existente). Com o Wiser podemos controlar e monitorizar as instalações de aquecimento, as persianas, a iluminação e os controlos inteligentes, e assim impulsionar a transição energética no setor residencial. No que diz respeito às áreas comuns dos edifícios, para que possam ser elegíveis para subsídios do PRR, é especialmente indicada a plataforma aberta e escalável EcoStruxure, também da Schneider Electric, que consegue gerir tanto uma pequena comunidade de casas vizinhas como grandes conjuntos de blocos de apartamentos.

Neste âmbito, o PRR incentiva vários tipos de ações, como melhorias passivas ao nível da envolvente (isolamento térmico das paredes, coberturas, etc.); melhorias ativas, como sistemas de climatização para aquecimento/arrefecimento e aquecimento de águas sanitárias; ou intervenções que visem a eficiência hídrica, incluindo a substituição de equipamentos por outros mais eficientes, entre várias outras vertentes. Neste último ponto, ao combinar a arquitetura EcoStruxure e o seu IoT Automation Server, poderemos monitorizar todos os consumos, sejam eles elétricos, térmicos ou de fluxo de água.

No que toca ao controlo e regulação das instalações residenciais, o Automation Server é novamente a solução. Funciona como um pequeno computador conectado instalado no painel de controlo da sala das caldeiras, e aplica lógicas de controlo em função da temperatura exterior, ocupação, abertura de janelas, etc. Implementar ações deste género é muito importante e pode representar uma poupança de energia superior a 30%. O EcoStruxure é uma solução multiprotocolo e, para além de ler os bus de campo mais comuns, permite a ligação a um serviço meteorológico e a subsequente gestão do aquecimento com base na previsão do tempo.

Por fim, não posso terminar este artigo sem mencionar a digitalização – que é, no fundo, a grande facilitadora da transição energética. O PRR também contempla que os sistemas de controlo devem poder ser geridos remotamente, a qualquer hora e lugar; e a chave para o conseguir é incorporar equipamentos IoT conectados no sistema de TI dos edifícios. Como pudemos ver, as nossas casas são cada vez mais importantes no panorama geral do consumo de energia, e parte também de nós, empresas, contribuir para aumentar a sua eficiência energética e para um futuro melhor para o nosso planeta. Já temos a tecnologia necessária disponível – não há desculpas para não começarmos a fazer a diferença agora mesmo.