Braga está entre as três capitais de distrito que mais investe em nova oferta de habitação. A cidade bracarense é a capital de distrito com maior dinâmica na criação de nova oferta residencial, a seguir às capitais metropolitanas de Lisboa e Porto, concluem os mais recentes resultados do Observatório Urbano de Braga, uma parceria entre a Confidencial Imobiliário e a Câmara Municipal de Braga.
A cidade minhota está definitivamente na rota dos promotores imobiliários, destacando-se, além de Lisboa e Porto, como a capital de distrito com maior volume de fogos com pedido de licenciamento em 2023. Apenas Lisboa e Porto, com pipelines em 2023 na ordem dos 2.400 a 2.500 fogos, superam a dinâmica de Braga, onde se registaram pedidos para o licenciamento de 1.062 novos fogos no decurso do ano passado.
As restantes capitais de distrito colocam os pipelines entre um máximo de 805 fogos contabilizados em Leiria e um mínimo inferior a 50 fogos em Portalegre. Cidades com forte vocação universitária, empresarial e/ou turística, como Aveiro e Coimbra, apresentam pipelines na ordem dos 600 e dos 500 fogos, respetivamente.
Braga destaca-se pela concretização das intenções de investimento em nova promoção
Em 2023, por cada novo fogo que deu entrada com pedido de licenciamento, a autarquia licenciou outro fogo, contabilizando-se no decurso do ano passado 1.089 fogos licenciados no concelho. Ainda que, em termos absolutos fique abaixo de Lisboa e Porto, este volume reflete um rácio fogos em pipeline/fogos licenciados superior a qualquer dessas duas outras cidades.
Em Lisboa, o número de fogos licenciados em 2023, num total de 1.115 unidades, equivale a metade do pipeline de novos fogos que deram entrada com pedido de licenciamento (2.359). No Porto, foram licenciados 2.050 fogos em 2023, menos que os 2.469 que entraram em pipeline.
“Braga tem tido a capacidade de licenciar ao mesmo ritmo que os promotores lançam novos investimentos”
Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, enfatiza que «na prática, as dinâmicas de licenciamento mostram-nos que Braga tem tido a capacidade de licenciar ao mesmo ritmo que os promotores lançam novos investimentos. Num momento em que, no geral, a falta de oferta continua a ser um dos principais constrangimentos do mercado e em que os licenciamentos são apontados como um dos grandes obstáculos ao crescimento mais rápido da oferta, esta dinâmica coloca Braga numa posição privilegiada para atração de mais residentes e mais investimento imobiliário».
“Temos, do lado da entidade pública, a capacidade de resposta que hoje o mercado e os investidores procuram e que servem de fator decisivo ao investimento”
Por sua vez, João Rodrigues, Vereador do Planeamento e Ordenamento, Gestão Urbanística, Regeneração Urbana, Habitação, Inteligência Urbana e Inovação Tecnológica, da Câmara Municipal de Braga, afirma que «estes números vêm demonstrar a dinâmica de resposta que o Município de Braga tem imprimido à sua atuação, enquanto entidade licenciadora, perante as questões que hoje se levantam com a habitação. Para além do número de fogos licenciados, julgo ser de realçar a enorme capacidade de resposta que os serviços de urbanismo do Município têm demonstrado perante a demanda. Na prática, podemos considerar, em termos absolutos, que a cada pedido novo que deu entrada durante o ano, outro foi resolvido – e isto é muito importante. Significa que temos, do lado da entidade pública, a capacidade de resposta que hoje o mercado e os investidores procuram e que servem de fator decisivo ao investimento. Estamos muito satisfeitos».
Fator preço é outro dos argumentos de Braga
Com vendas a uma média de 1.677 euros por metro quadrado no 4º trimestre de 2023, Braga tem preços abaixo de sete outras capitais de distrito. Ao nível das rendas, Braga é igualmente uma das capitais distritais mais competitivas. Com uma renda média contratada de 8,9 euros por metro quadrado no 4º trimestre de 2023, pratica rendas mais acessíveis que outras seis capitais distritais, incluindo Porto (-41%) e Coimbra e Aveiro (-14%). Sem prejuízo, a falta de oferta para arrendamento tem pressionado as rendas em alta, com uma subida anual de 17,7% em 2023 nos valores praticados nos novos contratos, em aceleração face ao crescimento de 12,7% registado em 2022.
O Observatório Urbano de Braga é uma plataforma de agregação e divulgação dos principais indicadores do mercado residencial deste concelho, resultado de uma parceria entre a Câmara Municipal de Braga e a Confidencial Imobiliário. Esta plataforma reúne as principais estatísticas referentes ao mercado residencial deste concelho, com atualizações trimestrais de indicadores de oferta e procura de habitação, bem como de preços e rendas.