A Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) considerou que a reunião do Governo com o setor do arrendamento, agendada para quinta-feira, «não terá utilidade», alertando para o «resultado dramático» de um novo congelamento das rendas.
«Podemos pensar em algumas formas para mitigar o desastre que vai resultar disto, mas é evidente que, a não ser cumprida a lei, o resultado prático será que a maior parte dos proprietários deixarão de colocar as casas no mercado», afirmou o presidente da ALP, Menezes Leitão, em declarações à Lusa, citado pelo Observador.
O Governo vai reunir esta semana com as várias associações do setor e com as centrais sindicais, para discutir e analisar os temas relacionados com a atualização das rendas para 2024 e com os contratos de arrendamento anteriores a 1990. Marina Gonçalves, ministra da Habitação, convocou para 21 e 22 de setembro as associações de inquilinos, as associações de proprietários, a UGT, a CGTP e a DECO.
Menezes Leitão frisou que «dizer que vamos voltar ao congelamento, o resultado irá ser dramático», adiantando que vai passar esta mensagem na reunião com o Executivo.
«O que nos disseram é que iam ouvir todas as associações de proprietários em conjunto, por isso não nos parece que a reunião tenha alguma utilidade ou algum resultado», justificou Menezes Leitão, acrescentando que a reunião «é para cumprir calendário» e que «a posição do Governo é completamente a favor dos inquilinos».
Por sua vez, António Machado, secretário-geral da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL), afirmou que vai transmitir à Ministra da Habitação que rejeita um novo aumento das rendas: «a nossa proposta de aumento é de zero». O líder da AIL indicou ainda que vai sugerir a criação de uma linha de apoio «para os senhorios que comprovadamente necessitem, tal como foi feito para as rendas».