Ocupação de escritórios na Europa aumenta 9% no 2º trimestre

Ocupação de escritórios na Europa aumenta 9% no 2º trimestre
Fotografia de Sketchepedia, Freepik.

A ocupação de escritórios na Europa atingiu 1,6 milhões de m² no segundo trimestre de 2024, um aumento de 9% face ao período homólogo, elevando a absorção no primeiro semestre de 2024 para 3,7 milhões de m². Observa-se ainda um aumento de 5% face ao primeiro semestre do ano passado, embora 7% abaixo da média dos últimos cinco anos.

De acordo com o mais recente estudo “European office research” da Savills, as transações de investimento em escritórios europeus atingiram os 14,1 mil milhões de euros até junho, o que representa uma quebra de 21% em termos homólogos. O Reino Unido continuou a dominar a atividade, com uma quota de 29% dos volumes de investimento em escritórios europeus, 24% acima da média dos últimos cinco anos.

“Os números revelam que Lisboa continua a ser uma cidade de eleição para muitas empresas com grandes planos de crescimento”

As cidades que reportaram uma ocupação superior à média dos últimos cinco anos no primeiro semestre incluem Praga, Lisboa, Londres, Barcelona e Madrid com 45%, 40%, 25%, 11% e 9%, respetivamente. Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills Portugal, comenta que «neste primeiro semestre de 2024, o mercado de escritórios em Lisboa revelou um crescimento acentuado no take-up. Os números revelam que Lisboa continua a ser uma cidade de eleição para muitas empresas com grandes planos de crescimento, pelo que continuará a apresentar resiliência e potencial de crescimento a nível qualitativo e quantitativo. É de esperar que o mercado na capital continue em grande transformação devido aos vários projetos de qualidade em pipeline que irão satisfazer a crescente procura e a sua respetiva exigência por qualidade».

As taxas de escritórios não ocupados na Europa aumentaram marginalmente de 8,6% para 8,8% durante o segundo trimestre de 2024, em parte devido ao regresso de alguns espaços secundários ao mercado.

Os principais mercados continuam a registar as taxas de disponibilidade mais baixas, com Paris e as principais cidades alemãs a permanecerem abaixo dos 6%. A renda média dos escritórios prime na Europa aumentou 2,4% nos últimos doze meses.

Christina Sigliano, EMEA Head of Global Occupier Services Director da Savills, sublinha que «no geral, a atividade de arrendamento de escritórios em toda a Europa, até agora, está em alta em relação ao mesmo período do ano passado, embora se verifiquem algumas variações entre as cidades. Parte disto deve-se à escassez de stock adequado, com muitos inquilinos a renovarem os arrendamentos existentes em vez de optarem por espaços que não apresentam as comodidades requeridas nem boas credenciais de sustentabilidade».

De acordo com a Savills, a yield média dos escritórios prime na Europa permaneceu estável em termos trimestrais, nos 4,9%, durante o segundo trimestre de 2024. Desde o primeiro trimestre de 2022, a yield dos escritórios prime aumentou em média 157 pontos base. Tendo estes dados em consideração a generalidade dos escritórios europeus permanece em território de fair-value. No outro extremo do espectro observou-se em Lisboa, Bucareste e Copenhaga um reduzido movimento das yields prime em comparação com as yields soberanas. A diferença entre as yields médias do mercado e as yields calculadas manteve-se estável numa base trimestral.

James Burke, Director, Global Cross Border Investment da Savills, afirma que «começamos agora a ver nos dados a correlação entre onde os valores de capital dos escritórios se ajustaram de forma mais significativa e os mercados onde os volumes de investimento estão a começar a recuperar. Os dados mostram que os volumes de investimento em escritórios em Espanha e na Noruega parecem estar mais próximos da sua média dos últimos cinco anos durante o primeiro semestre, após ajustamentos de preços mais significativos. Em todos os mercados, continua a existir um fosso nas expectativas entre compradores e vendedores, embora este pareça estar a diminuir gradualmente, com compradores e vendedores a ajustarem as suas ambições de preços».