O índice Lisbon Prime Index celebrou esta semana, em Lisboa, os seus 25 anos de existência. O evento, que se realizou a 12 de setembro, foi uma iniciativa da ACAI - Associação de Empresas de Consultoria e Avaliação Imobiliária, detentora do LPI, e da Confidencial Imobiliário, entidade gestora do índice.
Dedicado ao segmento dos escritórios, o LPI resulta de uma parceria entre alguns dos principais agentes do mercado, afiliados na ACAI, nomeadamente a B.Prime, a CBRE, a Cushman & Wakefield, a JLL, a Savills e a Worx, e tem como entidade gestora a Confidencial Imobiliário. Regista todas as transações de ocupação de escritórios na zona de Lisboa, venda ou arrendamento. Tem o levantamento, com fichas individuais, de todos os edifícios do mercado de escritórios da Grande Lisboa, e realiza a monitorização da nova promoção de escritórios e saídas de edifícios do stock da região.
Na ocasião, Jorge Bota, presidente da ACAI, agradeceu à Confidencial Imobiliário, às empresas associadas do LPI e às respetivas equipas, que «trabalham para que tenhamos mais transparência e um mercado mais atrativo e confiável. Este será, provavelmente, o maior acervo de transações do mercado de escritórios de Lisboa, já com 25 anos».
Recordou que a ACAI «apoia a nossa indústria, para que seja ouvida e para garantir que participa nas decisões impactantes para a nossa atividade e para os mercados. Um dos nossos objetivos é também promover e dar a conhecer o mercado imobiliário comercial e de avaliações. É muito mais fácil fazer ouvir a indústria do que as empresas, e é precisamente para isso que trabalhamos».
E completa: «continuamos a ter a intenção de lançar projetos novos, e por isso estamos a trabalhar no lançamento no PPI (Porto Prime Index) e IPI, mais focado na logística, e esperamos que possam ter o mesmo reconhecimento e utilidade para todos que o LPI tem tido nos últimos anos». Garantiu que «estamos ao dispor para desenvolver iniciativas que possam valorizar o nosso setor, para que sejamos cada vez mais resilientes e reconhecidos pela sociedade».
António Gil Machado, Managing Partner da Confidencial Imobiliário, recordou o marco do lançamento do LPI há 25 anos e da importância do negócio da informação. «Queremos que, quem nos dá a informação, sinta que a qualidade dos dados que entrega volta para si. Também em qualquer restaurante a qualidade dos ingredientes é determinante para o que vamos comer, e aqui é, rigorosamente, a mesma coisa», exemplifica.
Apresentando alguns números relevantes do mercado de escritórios de Lisboa dos últimos 25 anos, destacou a forte relação entre a ocupação de escritórios e a economia. Os gráficos mostram que «quando a economia vai bem, os escritórios vão bem». Por outro lado, no que toca às rendas de mercado, a diferença entre o produto de menor e maior qualidade aumentou significativamente: «há uma diferenciação cada vez maior entre o que é bom, muito bom, e menos bom. Hoje isso é muito mais evidente».
Sobre as rendas prime dos escritórios em Lisboa, e comparando com a evolução dos preços de outros produtos, como um bilhete de cinema, um Big Mac, um café ou o Jornal Público, concluiu que «hoje, as rendas (que estão perto dos 30 euros) deveriam ser de 40 a 45 euros, por forma a acompanhar a inflação do mercado» desde 1998.
Destacou ainda que «o mercado de Lisboa é um mercado muito dinâmico, quer nas entradas quer nas saídas de stock. O stock de há 25 anos tinha uma qualidade média muito inferior, havia muito produto que derivava de ocupação quase ilegal de habitação. A pressão de mercado tem transformado muitos edifícios de mercado de volta a habitação, e também em hotéis. Ao mesmo tempo, entrou no mercado nova oferta, moderna. E isso também deveria estar refletido nas rendas».
Consulte aqui a apresentação completa com os principais destaques dos dados LPI dos últimos 25 anos