Marcando uma nova etapa no plano de desconfinamento traçado pelo Governo, esta segunda-feira as lojas com menos de 200 m² e porta para rua puderam, finalmente, reabrir portas. Contudo, a União de Associações do Comércio e Serviços (UACS) prevê que cerca de 20% das lojas de rua já não vão reabrir nunca mais, vitimadas pela pandemia. O setor da moda e calçado terá sido o mais penalizado, como explicou a presidente da entidade que reúne 13 associações e tem cerca de 3.000 associados.
Em declarações ao semanário Expresso, Lourdes Fonseca, diz que «o novo confinamento penalizou muito o pequeno comércio, sobretudo o relacionado com a moda e vestuário, que tem de gerir stocks», avançando que a perda de faturação em todo o setor da moda, vestuário e calçado possa estar «50% a 70% abaixo do volume de negócio normal», pré-pandemia.
No caso específico de Lisboa, as zonas mais dependentes do turismo e da mobilidade das pessoas são as mais penalizadas e, em especial, eixos como a Baixa e o Chiado, nota a UACS, avançando que até ao final de novembro já tinham fechado 111 lojas só nas quatro principais ruas da baixa lisboeta. Em contrapartida, admite Lourdes Fonseca, os contornos da crise são bastante diferentes em zonas mais residenciais, como Campo de Ourique, Alvalade ou Benfica. «São zonas mais viradas para o comércio de proximidade e pouco dependentes do turismo e do vai-e-vem de trabalhadores», comenta.
Recorde-se que os dados do INE confirmaram uma contração de 4.5% no volume de vendas a retalho em 2020, numa tendência que continua a acentuar-se neste início de ano.