É o que conclui um inquérito feito pela recém-criada Associação de Marcas de Retalho e Restauração feito a empresas detentoras de mais de 2.000 lojas em centros comerciais.
Paralelamente, 55,1% dos inquiridos suspendeu os pagamentos a fornecedores, «uma vez que durante este período as receitas foram inexistentes», refere a associação à Lusa.
Numa carta enviada em abril ao ministro da Economia, a associação avisava que «o panorama é muito preocupante e a associação vem alertar que a esmagadora maioria dos associados não tem condições financeiras para se manter além do mês de julho».
Por outro lado, segundo o inquérito apenas 7,3% dos associados tem meios para evitar uma insolvência nos próximos 12 meses. 80,5% dos associados afirma que a sobrevivência depende de três fatores: comportamento do mercado, negociação com os centros comerciais e apoios do Governo (prorrogação do lay-off). E, para evitar uma «onda de falências», poderá ser necessária uma partilha de riscos entre proprietários e inquilinos, ou o congelamento dos contratos.
Segundo o inquérito, 79% das empresas não despediram qualquer trabalhador até agora, e 14% têm salários em atraso.
Manuel Pina Martins, porta-voz fundador da associação, refere que «os resultados deste inquérito ilustram que todo o setor concorda com o que até aqui temos vindo a defender. Reforçamos – é absolutamente necessário e urgente que o Governo legisle sobre a necessidade de carência das rendas no período de encerramento total ou parcial da atividade, caso contrário não há condições para a sobrevivência das nossas empresas, nem mesmo com a retoma gradual», cita o Observador.