Miguel Pina Martins, Presidente da associação, afirmou à Lusa que «não é preciso ser economista nem matemático para perceber que não há viabilidade para os lojistas que estiveram fechados durante três meses, com zero euros de receita» terem já em julho «um aumento de 25% das rendas das suas lojas, com a lotação do seu espaço reduzida a 50%». Antecipa por isso «uma pequena grande desgraça» quando as rendas suspensas começarem a ser pagas.
O responsável aponta que «durante os meses de fecho do comércio, os custos médios dos lojistas mantiveram-se num valor médio calculado de 74 mil euros, não havendo, no entanto, qualquer receita. Por outro lado, os senhorios detentores dos espaços arrendados não tiveram custos extra e mantiveram os seus lucros». E destaca que «não há diálogo possível porque não temos interlocutor, 80% dos proprietários dos centros comerciais são fundos estrangeiros que não estão em Portugal».
Por isso, o dirigente associativo pede uma «solução conjunta para partilha de sacrifícios real e justa entre lojistas e senhorios», que garante não estar a acontecer com as rendas dos centros comerciais. E acrescenta que se tratam de «rendas das lojas que o Estado mandou encerrar, não faz sentido mandar-nos depois pagar as rendas», cita o Idealista.
A AMRR não defende «que o Estado resolva o problema diretamente, ao financiar os lojistas», mas considera que «tem de passar pelo parlamento» a criação de «uma solução conjunta».