«Apelamos que se reconsidere a posição quanto à autorização de visitas presenciais pelos profissionais imobiliários, em função daquele que é o interesse geral e da garantia do cumprimento do direito constitucional à habitação, mas também em função da imperatividade de apoiar as famílias portuguesas a aceder às soluções habitacionais de que necessitam», pode ler-se nesta carta aberta assinada pelo Presidente da APEMIP, Luís Carvalho Lima; pelo Presidente da Century 21 Portugal, Joaquim Rocha de Sousa; pelo CEO da Century 21 Portugal, Ricardo Sousa; pelo Administrador da ERA, Paulo Morgado; pelo Presidente da Remax Portugal, Manuel Alvarez; e pelo Administrador da Sotheby’s International Realty, Fernando Sapinho.
A mediação assume-se surpreendida «com o impedimento à manutenção da atividade de mediação imobiliária, sobretudo se considerarmos que são permitidos todos os demais passos enquadrados na cadeia: os peritos avaliados continuam a fazer avaliações, o setor financeiro continua a fazer crédito à habitação, os notários continuam a fazer escrituras, os proprietários podem a título particular vender casas, os construtores podem continuar a laborar e até a vender». Garante que os meios digitais ajudam, mas não podem substituir as visitas presenciais aos imóveis.
Lembra que «esta situação é igualmente um verdadeiro convite à celebração de negócios em paralelo e à mediação ilegal», e avisa que «a quebra deste elo dos clientes com a mediação imobiliária bloqueia vendas e arrendamentos e poderá mergulhar alguns dos nossos cidadãos em situações de angústia e fragilidade, pois não podemos esquecer que a casa está intimamente ligada ao curso da vida das pessoas (…). É fundamental entender que a procura de habitação decorre de alterações familiares – casamentos, divórcios, emancipação dos jovens, nascimentos, mortes, heranças e mobilidade profissional – que continuam a ocorrer, mesmo em tempos de pandemia».
Os mediadores estão «conscientes das questões sanitárias» e «absolutamente solidário com as ações do Governo para lutar contra a pandemia e defender os cidadãos», e assumem-se «disponíveis para fortalecer ainda mais os protocolos implementados pela DGS para evitar quaisquer contágios» através das medidas consideradas necessárias.