Imobiliário pode ser «uma porta de entrada» para os investidores internacionais

Imobiliário pode ser «uma porta de entrada» para os investidores internacionais

Este responsável falava como orador convidado da IX Executive Breakfast Session, organizada pela APPII, que decorreu na última 5ª feira em Lisboa, numa altura em que «o setor imobiliário precisa de muita internacionalização e de investimento estrangeiro», notou o presidente da associação Henrique Polignac de Barros.

Atualmente, Portugal encontra-se no 25º lugar o ranking Doing Business, do Banco Mundial, entre 180 países. Temos vantagens como a localização geográfica, infraestruturas físicas (estradas, linha férrea, aeroportos), «relações privilegiadas» com a UE ou com a CPLP, e ainda «talento e competências» competitivas, a par de incentivos fiscais como os “golden visa”.

Além destas caraterísticas, Miguel Frasquilho salientou a importância da exportação enquanto «motor de crescimento» da economia portuguesa: «as exportações têm aumentado, mas ainda estão longe dos países comparáveis ao nosso. Não podemos pensar que está tudo feito, temos de continuar a trazer investimento para Portugal».

Por outro lado, este responsável partilhou com os profissionais presentes nesta sessão que há questões a trabalhar, como a obtenção de crédito, a proteção dos investidores minoritários, os custos da energia ou o pagamento de impostos, variáveis apontadas pelo mesmo ranking como aquelas em que Portugal está menos bem pontuado. Referindo-se às ferramentas de promoção e captação de investimento, acredita que «não precisamos de inventar nada, precisamos de estar atentos para melhorar as áreas onde estamos pior». Mas considera que «as perspetivas para 2017 são boas». 

Nesta ocasião, os associados da APPII partilharam as suas preocupações com o investimento imobiliário, nomeadamente a questão dos “golden visa”, uma das mais discutidas. Agora, os “golden visa” estão a demorar uma média de 18 meses a ser atribuídos, por oposição às cerca de 3 semanas que demoravam no arranque do programa, o que faz com que muitos investidores acabem por se decidir pelo investimento em países 'concorrentes'. Miguel Frasquilho garante que a equipa encarregada de corrigir a situação «está no terreno», mas a normalização dos processos, depois da paragem de 2015, teve um atraso, e começou apenas em julho ao invés de março passado. «O número de vistos concedidos tem aumentado todos os meses», garante.

Por outro lado, foi também discutida a questão da fiscalidade que, segundo Miguel Frasquilho, «interessa muito para o investimento». Deu até o exemplo de empresas como a Google ou o Facebook: «ao falarmos com eles, percebemos porque estão na Irlanda».

No futuro próximo, mostrou preocupação com «os desenvolvimentos geopolíticos que geram muita incerteza, e podem ter efeitos muito negativos» no investimento. Neste contexto, «os países mais fragilizados podem ser mais penalizados (…) pelos choques externos. Podemos sofrer menos se formos mais resilientes», concluiu.