Faturação da Century 21 cresce 30% no primeiro semestre

Faturação da Century 21 cresce 30% no primeiro semestre

 

O volume de negócios mediado em exclusivo na Century 21 Portugal aumentou cerca de 34% para os 462,1 milhões de euros face aos 373,3 milhões registados no primeiro semestre do ano passado.

Entre janeiro e junho, a empresa realizou 5688 transações de venda de imóveis, que correspondem a um crescimento de 17% face às 4.844 realizadas no mesmo período do ano anterior. O valor médio subiu 11% para os 135.400 euros, o que é explicado com a subida dos preços dos imóveis nos mercados periféricos e nos segmentos médio e médio baixo, consequência do aumento da procura de habitação, segundo a imobiliária.

De acordo com a experiência da Century 21, os imóveis mais vendidos a nível nacional são apartamentos de tipologias T2 e T3, sendo que a maior procura regista-se por parte das famílias portuguesas de classe média, que procura, essencialmente imóveis dos segmentos médio e médio baixo, tendo em conta a sua real capacidade financeira.

Nota para o mercado internacional em alta, que já representa cerca de 20% do total das transações da rede imobiliária, num total de 1.138 transações. Destacam-se os franceses, brasileiros, britânicos e belgas.

Ricardo Sousa, CEO da Century 21, explica que «o segmento internacional apresenta uma procura por imóveis até 300 mil euros, maioritariamente de tipologias T2, nas regiões de praia e centros históricos de Lisboa, Porto e outras cidades do país. Nos centros de Lisboa, Porto e na Linha de Cascais, este valor sobe até aos 500 mil euros. Em virtude do aumento de preços nestas zonas, estamos a registar cada vez maior procura e transações de imóveis noutros mercados, num raio de 150 a 200km dos aeroportos nacionais».

 

Arrendamento em quebra

O número de operações de arrendamento registado no 1º semestre deste ano caiu 3% para as 1.009 transações, o que confirma a tendência de quebra do arrendamento urbano que a Century 21 atesta desde 2014.

Segundo a mediadora, o valor médio de arrendamento a nível nacional fixou-se neste período nos 653 euros, menos 4% que no período homólogo. Mas no distrito de Lisboa as transações têm um valor médio de 883 euros e, na cidade de Lisboa, atinge os 1.040 euros.

Ricardo Sousa acredita que «a oferta atual do mercado de arrendamento não é suficiente, nem adequada, para dar resposta às necessidades e capacidades económicas dos portugueses, o que está a levar muitos jovens - que procuram a primeira solução de habitação - a antecipar a decisão de compra de uma casa, numa fase da vida em que ainda enfrentam grandes indefinições, a nível pessoal e profissional, e na qual o arrendamento seria a melhor opção».

Para este especialista, «as recentes políticas de habitação para estimular o arrendamento, apesar de bem-intencionadas, estão muito focadas em soluções de curto prazo. É necessária uma reflexão mais profunda sobre este tema, que também envolva os operadores, que possam dinamizar soluções de oferta para o mercado de arrendamento, para se criarem orientações que incentivem mudanças estruturais de longo prazo».

 

«Existe uma sólida oportunidade de negócio no segmento médio»

Neste primeiro semestre, a Cnetury 21 Portugal aumentou para 110 o número de lojas em todo o país, tendo inaugurado 10 novas agências. Não obstante o bom momento imobiliário, o mercado continua a «enfrentar grandes desafios» para dar uma resposta adequada às necessidades das famílias portuguesas. «A oferta existente está bastante desajustada da procura, sobretudo, em termos das reais capacidades financeiras da classe média portuguesa, que é o principal segmento do mercado imobiliário, em Portugal».

Ricardo Sousa remata que «o intervalo de preços para aquisição de imóveis que é efetivamente desejado, pela maioria dos portugueses, situa-se entre os 75.000 e os 200.000 euros. Podemos concluir que existe uma sólida oportunidade de negócio, no segmento médio e médio baixo, para habitações com preços ajustados ao poder de compra dos portugueses».

Por isso, apela a que «os operadores privados estejam mais atentos às tendências do mercado, às necessidades e ao poder de compra das pessoas que pretendem comprar ou arrendar casa. Neste aspeto, a mediação imobiliária desempenha um papel essencial, tendo em conta o contacto diário com milhares de consumidores- que estão no processo de compra e venda de casas- aglutinando muitos indicadores quantitativos e qualitativos, que são registados, analisados e tratados para ajudar promotores, investidores e particulares nas suas transações imobiliárias».