O concurso vai arrancar ainda no 1º semestre, garantiu o presidente daquela sociedade pública, Jacinto Pereira.
Os antigos estaleiros da Margueira foram o primeiro ponto de paragem da V Networking Trip organizada pela Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), e que esta quinta-feira trouxe à margem sul do Tejo uma comitiva com dezenas de promotores, investidores e representantes do setor imobiliário com o objetivo de lhes dar a conhecer as potencialidades dos territórios sob gestão da Baía do Tejo, em Almada, Seixal e no Barreiro.
Jacinto Pereira foi o anfitrião do encontro, onde revelou que está neste momento a ser preparado o caderno de encargos do projeto que servirá de base ao concurso público para a venda dos antigos estaleiros da Lisnave ao(s) investidor(es) privado(s) que ali vai desenvolver o projeto imobiliário da Cidade da Água. A expetativa é que o processo do concurso fique concluído até ao final de 2018.
Não obstante a elevado valor previsto para o desenvolvimento da Cidade da Água – entre 1.000 a 1.500 milhões de euros -, já cinco investidores formalizaram o seu interesse no projeto junto da Baía do Tejo. Destes, dois portugueses, aos quais se juntam outros três de nacionalidades chinesa, britânica e norte-americana. E, atendendo à sua elevada dimensão, «é expetável que venha a ser formado um consórcio com vista ao desenvolvimento do projeto», admitiu Jacinto Pereira.
Um dos maiores projetos de desenvolvimento e requalificação urbanística em marcha para uma capital europeia, a Cidade da Água vai nascer em Almada, a poucos minutos do centro de Lisboa, numa área de 52 hectares, incluindo dois quilómetros de frente ribeirinha.
Recorde-se a venda dos antigos Estaleiros Navais da Lisnave é um processo que se vem arrastando há mais de uma década, com aquele território a ser alvo de estudo para vários projetos de grande dimensão ao longo desse período. No entanto, com a aprovação em 2009 do Plano de Urbanização de Almada Nascente, assinado pela equipa do arquiteto Richard Rogers em parceria com os ateliês Santa Rita e Ws Atkins, foi finalmente dado o pontapé de saída para o seu desenvolvimento, definindo para o local valências de habitação, serviços, comércio, restauração e escritórios, entre outros equipamentos de uso turístico; bem como a reorganização da zona do cais de embarque que assegura a ligação fluvial com Lisboa. Mas, o xeque-mate veio no passado mês de outubro, com a publicação do decreto-lei que finalmente veio permitir a desafetação do domínio público de toda aquela área, viabilizando a sua venda.
Margem sul já está no mapa dos investidores
A forte adesão dos participantes nesta V Networking Trip da APPII foi motivo de satisfação para a sociedade Baía do Tejo, confirmando uma vez mais que os antigos territórios industriais da margem sul de Lisboa estão, definitivamente, no mapa do investimento imobiliário.