Descarbonização

Gases renováveis são essenciais para a descarbonização de edifícios

A resposta deve ser global, célere e planeada, mas devidamente ponderada para evitar “passos em falso” e um aumento da estratificação social.

Em 2020, o setor habitacional foi responsável por 19,5% do consumo energético português [1], sendo um dos setores com maior potencial de descarbonização. O setor da construção encontra-se sob elevada pressão, pelo incremento do custo de matérias-primas e pela escassez de terrenos para construção, especialmente nas zonas urbanas, que concentram a maioria da população.

Analisando o parque habitacional, verifica-se que em 2015 a idade média dos edifícios era de 40 anos[2], sendo por isso demonstrável que a solução para a falta de habitação passará pela Reabilitação Urbana. Considerando os desafios elencados, é impreterível que esta Reabilitação Urbana seja executada de forma a dar resposta aos desafios ambientais, mas também socialmente inclusiva. Para tal, é necessário que na fase de construção seja dada prioridade a materiais de baixa condutividade térmica, reduzindo as necessidades energéticas. Outro dos fatores que potenciará a descarbonização do setor é a correta escolha dos equipamentos consumidores de energia, particularmente no aquecimento de espaço e de água para banhos. Tem-se verificado uma forte aposta em soluções elétricas, que permitem uma descarbonização mais acelerada, criando, contudo, desafios de gestão do sistema energético nacional e escassez de ofertas no mercado. Acresce o facto destes equipamentos terem um custo elevado e, muitas vezes, obrigarem a intervenções nas habitações, sendo inacessíveis a grande parte da sociedade portuguesa.

Ciente destes desafios, a Portgás identificou os gases de baixo teor carbónico (renováveis), especialmente hidrogénio e biometano, como uma das formas rápidas de descarbonização a baixo custo e inclusiva: são gases compatíveis com as redes e os equipamentos já instalados não exigindo, por isso, investimento dos consumidores. Adicionalmente, sendo a utilização das atuais redes de distribuição de gás natural, que são novas, compatível com a veiculação de hidrogénio, estão criadas condições para uma resposta imediata à necessidade de descarbonização: uma descarbonização progressiva até se atingir a neutralidade carbónica.

A Portgás aderiu à European Clean Hydrogen Alliance, iniciativa da Comissão Europeia para acelerar o desenvolvimento do hidrogénio até 2030, tornando-o disponível, seguro e acessível a todos os consumidores europeus. Atualmente, a Portgás é co-líder da mesa redonda dedicada a edifícios, que tem vindo a demonstrar a viabilidade de utilizar hidrogénio nos edifícios, independentemente da sua utilização ou idade. A Portgás é ainda membro da Oil and Gas Methane Partnership (OGMP 2.0), iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) que visa a redução de emissões de metano.

A Portgás acredita que os gases renováveis são um dos pilares do futuro energético e que refletem o seu compromisso na criação de um futuro sustentável, permitindo “Comunidades mais confortáveis, um lar de cada vez”.

[1] Instituto Nacional de Estatística - CONSUMO DE ENERGIA NO SECTOR DOMÉSTICO 2020

[2] Instituto Nacional de Estatística – Idade Média Parque Edifícios