Retalho

E-commerce: encontrar o equilíbrio entre a conveniência e a sustentabilidade

Antes do emergir do comércio online, a conveniência no processo de compras já fazia parte do ADN dos Portugueses. O país tem uma excelente cobertura geográfica de centros comerciais com horários de funcionamento que são, já há muito tempo, bem mais alargados do que a maioria dos países europeus. Contudo, com o crescimento do comércio online verificou-se um crescimento significativo dos locais de recolha de compras. Atualmente, para além das lojas físicas da marca, os consumidores podem recolher (e devolver) as suas compras num vasto leque de alternativas desde a sua própria casa, ao local de trabalho, em lojas de comércio local ou na rede de cacifos.

O reverso da medalha desta conveniência reflete-se numa maior dispersão das entregas, e consequentemente uma maior pegada carbónica, ou seja, tudo aquilo que estamos a querer inverter!

O CTT e-Commerce Report 2024, revela que as compras online são esmagadoramente entregues no domicílio (casa ou local de trabalho) – representativo de 91% das compras. Contudo, tem sido feita uma forte aposta em alternativas não domiciliárias (na sigla anglo-saxónica OOH - Out of Home), como são as lojas físicas das marcas, as lojas parceiras dos distribuidores e a rede de cacifos, as quais são cada vez mais valorizadas pelos consumidores.

Um crescente número de lojas físicas, tem vindo a adaptar-se, estendendo a sua funcionalidade básica de espaço de venda a outros funções como showroom, ponto de recolha de encomendas realizadas online, assim como espaço de armazenagem (as denominadas dark stores).

Observamos igualmente uma acelerada expansão da rede de cacifos, os quais atendendo à sua localização estratégica de conveniência, foram o segmento onde o número de entregas mais cresceu em 2024, de acordo com o mesmo estudo dos CTT.

Estamos no bom caminho, pois, efetivamente, um maior recurso a alternativas de entrega não domiciliárias permite concentrar entregas e conciliar a conveniência com a sustentabilidade.

Por último, mas não menos importante, de destacar o papel crucial os operadores de logística e distribuição na redução da pegada carbónica derivada do crescimento do comércio online. Por um lado, com a instalação de centros de distribuição mais próximos dos principais centros urbanos de entrega, permitindo uma otimização das rotas; e por outro com a transição para a eletrificação das frotas.

Sendo este artigo publicado em plena peak season, só posso terminar a desejar umas boas compras com foco na sustentabilidade!