Mantém-se a tendência de crescimento de vendas nos centros comerciais. Os dados de todos os operadores apontam para uma subida de 6,6% nos primeiros 9 meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023, aponta a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC).
Também o setor da restauração regista um crescimento da faturação nos centros comerciais, tendo alcançado, de janeiro a setembro, um aumento global de cerca de 7% nas vendas, em comparação com o período homólogo. É o que indicam os dados dos operadores.
Nos cinemas tem-se vindo a assistir a uma recuperação sustentada das vendas. Segundo a NOS, o período noturno assume particular relevância, correspondendo a 36% da faturação. Os domingos, igualmente importantes, representam 19%. O horário pós-laboral representa 37% do total de compras efetuadas e os domingos, igualmente relevantes, representam 17% da totalidade de vendas.
Para Carla Pinto, diretora executiva da APCC, «os números dos operadores indicam, de forma clara e objetiva, a importância que os Centros Comerciais representam no dia-a-dia de quem nos visita para fazer compras e também de quem opta por ali fazer uma refeição ou ter momentos de lazer. E isto acontece, seja porque os nossos clientes assim preferem, seja porque esta é, muitas vezes, a única opção que têm ou a mais prática no período pós-laboral. Uma alteração de horários e de dias de funcionamento seria, com certeza, penalizadora para os clientes e totalmente desastrosa, com consequências muito negativas, em particular, para a Restauração e para os setores da Cultura e do Entretenimento, que seriam os mais afetados, já que as vendas nestes setores não transitam para outros horários ou dias da semana. Mais, uma alteração dessas seria lesiva para toda a economia e representaria uma perda de 20% de postos de trabalho diretos, só nos Centros Comerciais. A disponibilidade horária é uma das nossas principais valências e queremos que assim continue a ser».
Perante estes resultados, Nuno Aguiar, diretor geral da NOS Cinemas, afirma que «é fundamental manter os horários atuais nos Centros Comerciais, especialmente o período noturno, que é crucial para o nosso setor. Qualquer alteração a esses horários poderá prejudicar seriamente a recuperação de um setor que já foi fortemente afetado durante a pandemia. Embora estejamos a recuperar, não podemos arriscar um novo retrocesso, especialmente porque isso teria impactos negativos diretos para os nossos clientes. Muitos deles, como mostram os dados, só têm a oportunidade de ir ao cinema à noite. Além disso, quando tanto se promove a importância de incentivar hábitos culturais e atrair mais público para as salas de cinema, não podemos adotar medidas que contrariam esse objetivo».