Os centros comerciais registaram um aumento do volume de vendas em dezembro do ano passado, com um crescimento de 15,9% em comparação com os valores pré-pandemia.
De acordo com o relatório Property Management Insights elaborado pela área de Property da CBRE, o footfall também situa-se 6,5% acima dos níveis de 2019.
A relação entre o movimento e as vendas nos centros comerciais continua a ser direta em Portugal, ou seja, o aumento do número de visitantes continua a traduzir-se num maior volume de negócios do centro, de acordo com o relatório.
«O aumento do volume de negócios explica-se, em parte, pelo efeito da inflação, porém o crescimento é acentuado e acreditamos que também se tenha refletido num aumento de lucro para os operadores com melhor performance», afirmou a Diretora Executiva Corporativa e Head of Property Management da Iberia na CBRE, Soledad López.-Cerón.
Mudança do perfil dos consumidores
Outra das tenências identificadas pela consultora é a mudança do perfil dos consumidores, que cada vez mais utilizam as lojas como pontos de recolha ou devolução de encomendas, sem consumo direto no local. Esta tendência tem sido acompanhada por uma mudança nos modelos de negócio dos operadores, aumentando a percentagem de vendas provenientes do online.
Polarização do mercado de escritórios
A implementação de modelos de trabalho híbridos teve um impacto direto no tráfego de escritórios, que ainda não recuperou os níveis pré-pandemia. De facto, a ocupação dos edifícios situou-se em média em 63,4% em setembro de 2023, praticamente nos mesmos volumes de há um ano.
Segundo a CBRE, apesar de estarem longe dos valores registados em 2019, com uma ocupação de escritórios de praticamente 100%, as entradas destes ativos têm registado um crescimento assinalável desde 2020.
«Os dados dos visitantes demonstram o claro compromisso das empresas com modelos de trabalho híbridos. Neste novo cenário, os edifícios já não são considerados apenas espaços de trabalho, mas posicionam-se como um ponto de encontro e um elemento essencial para atrair talentos», refere Soledad López-Cerón.
O relatório foi elaborado com base na análise de uma amostra da carteira de ativos sob gestão da CBRE. Especificamente, foram analisados 36 centros comerciais em Espanha, 16 em Portugal, 60 escritórios e 486 armazéns logísticos.