Vendas dos centros comerciais 13% acima dos valores pré-pandemia

Vendas dos centros comerciais 13% acima dos valores pré-pandemia

Na primeira semana de reabertura dos centros comerciais, as vendas globais das lojas subiram cerca de 13% acima dos valores pré-pandemia, mostram os dados da RedUniq, que contabiliza os pagamentos feitos em cartão eletrónico. Os artigos desportivos e de sapataria foram os mais procurados pelos consumidores.

Só no primeiro dia de reabertura, as vendas subiram 25% face aos valores médios de um abril antes da pandemia. Nos dias seguintes, a procura manteve-se, levando a esta subida de cerca de 13%.

Rodrigo Moita de Deus, CEO da APCC, classifica estes números como «encorajadores. A APCC está satisfeita com o excelente regresso às compras, não deixando de notar que o mesmo foi muito condicionado pelas regras instituídas (como os rácios de pessoas por metro quadrado e os horários)». Completa que «os dados da RedUniq são encorajadores para o setor e evidenciam a grande vontade que os consumidores tinham de regressar à segurança das compras nos centros comerciais».

Miguel Pina Martins, presidente da Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR) acredita que «devem ser lidos com rigor e detalhe», cita o DV. «Não é possível extrair qualquer conclusão sobre a comparação da primeira semana de reabertura quando se retiram desses dados os dois dias do fim-de-semana, nos quais os lojistas tiveram perdas avultadas, desde logo porque tiveram de encerrar às 13h quando, em 2019, poderiam encerrar à meia-noite». E ressalva que «o comportamento dos consumidores alterou-se, levando a que atualmente se verifique a preferência pelos pagamentos através de meios eletrónicos».

Nem todos os lojistas tiveram a mesma performance. Se os artigos desportivos registaram uma subida das vendas de 80%, face à média de abril de 2019, as sapatarias subiram 42%, as perfumarias 35%, as ourivesarias 29% e a moda pronto-a-vestir 4%. Já a restauração registou uma quebra de 7% no primeiro dia de reabertura, e um aumento de 15% no decorrer da semana.

Por oposição, os supermercados em centros comerciais desceram as vendas em 7%. Os cinemas estão entre os mais afetados, com um recuo de 85% face a 2019.