Retalho de luxo: procura por espaços continua a superar oferta disponível

Retalho de luxo: procura por espaços continua a superar oferta disponível
Fotografia de Freepik.

Em Portugal, a procura por espaços de retalho de luxo continua a superar amplamente a oferta disponível. Tanto em Lisboa como no Porto, a escassez de locais qualificados, particularmente na Avenida da Liberdade e na Avenida dos Aliados, tem sido um obstáculo à entrada de novas marcas de prestígio. É o que revela o mais recente relatório “Luxury Report” da Savills.

A Avenida da Liberdade, ainda assim, mantém o seu estatuto como epicentro do luxo nacional. Embora os espaços disponíveis sejam limitados, as marcas já instaladas demonstram interesse ativo em oportunidades de expansão ou relocalização. A nova oferta de espaços de retalho de luxo, com abertura prevista para início de 2027, promete reforçar significativamente a atratividade de Lisboa neste mercado exclusivo.

Lisboa e Porto mantêm-se como cidades altamente atrativas para marcas de luxo. O crescimento da oferta da hotelaria de luxo e o consequente incremento de tráfego qualificado proveniente da Europa, Ásia e Estados Unidos, cria um ecossistema ideal para a evolução deste mercado. Estamos confiantes de que a nova oferta prevista na Avenida da Liberdade permitirá, finalmente, a entrada de mais marcas de luxo em Portugal”, afirma José Galvão, Head of Retail da Savills Portugal.

Dos 21 destinos monitorizados pela Savills no relatório, mais de 75% reportaram aumentos anuais ou uma manutenção nas rendas prime em relação ao ano anterior. A Quinta Avenida de Nova Iorque consolidou a sua posição como a localização mais valorizada a nível global, com rendas prime a atingirem os 26.000 euros/m² no último trimestre de 2024.

Em simultâneo, a Bond Street, em Londres, registou um impressionante aumento de 20%, acompanhando o crescimento médio de 24% na Madison Avenue e na própria Quinta Avenida. Ainda assim, as rendas nesta última permanecem ligeiramente abaixo dos níveis pré-pandemia de 2019.

Em 2024, a China voltou a afirmar-se como a maior potência no retalho de luxo, representando 40% de todas as novas aberturas a nível mundial, uma subida de 10% face ao ano anterior, ainda que ligeiramente abaixo da quota de 41% registada em 2023.

Anthony Selwyn, Co-Head of Global Retail da Savills, comenta que “as marcas de luxo estão a demonstrar uma visão estratégica de longo prazo, ajustando os seus portefólios para se aproximarem cada vez mais dos seus públicos-alvo. Após a pandemia, com a quebra nas viagens internacionais, houve um foco claro em grandes mercados domésticos subaproveitados. Esta tendência mantém-se, mas à medida que os mercados-chave se tornam mais competitivos, a pressão sobre as rendas prime continuará — ainda que com um ritmo de crescimento mais moderado — face à crescente escassez de espaço disponível”.