Numa audiência no parlamento esta semana, a APCC defendeu esta ideia e lembrou que só 23% das lojas são de empresas nacionais ou pequenos lojistas. Acredita que os grandes grupos vão ser beneficiados por esta nova medida do Orçamento Suplementar, que prevê que os lojistas paguem apenas a componente variável da renda e as despesas comuns até março do próximo ano.
Segundo a APCC, se o novo regime fosse aplicado a 2019, significaria um desconto de 42% nas rendas, o que cria «graves distorções» no mercado, nomeadamente entre as lojas dos centros comerciais e os lojistas de rua, por dar «maiores descontos aos lojistas grandes», sem esquecer a desconfiança gerada nos investidores.
A associação explicou ainda aos deputados que a renda variável é um prémio pelas vendas acima do esperado, que varia em função das metas dos lojistas. Acredita que o Governo interfere nos contratos e coloca um privado a «subsidiar a atividade de outro privado», cita o DV.
Já na semana passada a associação se tinha manifestado contra esta medida, e alerta para a «ingerência do Estado em contratos assinados entre privados», e para os efeitos que esta medida, sem paralelo na Europa, pode ter na confiança dos investidores nacionais e, principalmente, dos internacionais.