Montante investido em espaços comerciais sobe 128% até setembro

Montante investido em espaços comerciais sobe 128% até setembro
Fotografia de Freepik.

Desde o arranque do ano, o volume de investimento em ativos de retalho na Europa totalizou 24,6 mil milhões de euros, traduzindo-se num crescimento de 16% face ao mesmo período de 2024, segundo o mais recente estudo da Savills. O valor supera ainda em 3% a média dos últimos cinco anos para o mesmo período (Q1-Q3).

No que diz respeito a Portugal, o montante investido em espaços comerciais aumentou 128% entre janeiro e setembro, em comparação com o mesmo período de 2024. A tendência de recuperação estende-se a outros países europeus, com variações expressivas na Bélgica (+241%), Países Baixos (+180%), Dinamarca (+135%) e Finlândia (+114%).

José Galvão, Head of Retail da Savills Portugal, refere que “os fundamentos que se verificam no mercado europeu, aplicam-se também a Portugal. A elevada procura de ativos de retalho - especialmente em localizações prime - continuará a pressionar o valor das rendas e a compressão das yields prime. Este contexto irá atrair mais players para o mercado, sejam promotores, investidores ou ocupantes”.

Os centros comerciais mantêm uma trajetória de recuperação, com o investimento no setor a representar 30% do volume total de retalho desde o início do ano, um acréscimo face aos 26% registados no mesmo período de 2024. A Savills refere que este aumento deve-se, sobretudo, à realização de transações de maior dimensão, refletindo maior confiança dos investidores e uma procura crescente por ativos capazes de responder às novas tendências de consumo.

Para James Burke, Director of Global Cross Border Investment da Savills, “a redução da taxa de desocupação, a subida das rendas e a falta de novos projetos no mercado estão a reforçar a rentabilidade do setor. Este cenário tem levado à entrada de ativos e carteiras de maior dimensão no mercado e a uma maior diversidade de compradores”.

Já Lydia Brissy, Director in Savills European Commercial Research Team, acrescenta que “em 2026, espera-se que a melhoria das condições económicas e o dinamismo do mercado de arrendamento mantenham o interesse dos investidores. A redução das yields deve prosseguir de forma gradual, sobretudo nos retail parks e nas lojas de rua, devido à forte procura dos inquilinos. Os centros comerciais prime deverão também beneficiar de maior procura institucional, o que apoiará a liquidez e a descida das yields neste segmento”.