«Os espaços físicos não desapareceram, mas as suas métricas tradicionais estão a ser redefinidas ativamente para incluir fatores como vendas por onmicanal (…) e a recolha de dados», refere o mais recente estudo “The Age of Responsive Real Estate” da consultora CBRE.
As métricas hoje usadas para avaliar os espaços de retalho assentam em taxas de ocupação, nos contratos tradicionais em longa duração – entre 5 a 10 anos – e numa lógica tradicional de: crédito elevado e menor risco. Mas dentro de 10 anos, a CBRE prevê que a fórmula de avaliação destes imóveis estará assente em aspetos bem diferentes.
No futuro, a análise do equilíbrio entre o crédito e o risco será diferença já que «as start-ups e as marcas digitais, que podem diferenciar um espaço de retalho, geralmente têm pouco ou nenhum crédito, o que significa que os investidores e os credores terão de decidir se assumem o risco». E depois deverá formas diferentes de avaliar os rendimentos dos negócios, já que «a receita potencial vai além de 4 paredes, chegando ao e-commerce e a um sistema de atendimento em evolução». Também os contratos de ocupação dos espaços deverão ser mais flexíveis e dinâmicos, prevê a CBRE, revelando que «muitos operadores querem contratos de curta duração (entre 1 e 5 anos e até mês a mês) e menos restrições».
Na verdade, os espaços físicos de retalho deverão ser de tal forma interligados com o comércio eletrónico que «o negócio de retalho irá convergir no modelo único designado “phygital”— incluindo o físico (physical) com o digital— onde o online e as lojas físicas se fundem para atender à crescente procura dos consumidores caracterizada pela conveniência, velocidade e custo», prevê a CBRE.
Uma outra mudança prevista diz respeito à partilha de dados do negócio. Se nos nossos dias esta partilha se encontra limitada ao estritamente necessário, em 2030 deverá haver «mais transparência entre os proprietários e os lojistas». Esta está, aliás, a tornar-se «primordial», já que «a maior acessibilidade dos dados traz força impactando nos resultados finais» dos negócios.
Apesar da CBRE admitir que o setor do retalho estará na linha da frente desta transformação, não esconde que os métodos de avaliação também deverão mudar «em todos os tipos de propriedade à medida que os usos se fundem em ambientes de uso misto, digital e adaptável».