Esta é uma das principais conclusões da última edição do estudo “European Shopping Centre: The Development Story”, da Cushman & Wakefield. Segundo o relatório, este valor é comparável aos volumes verificados no início da década de 1990.
Contudo, a dimensão total do mercado europeu continuou a crescer para os 168,1 milhões de metros quadrados, o que intensifica a concorrência entre centros. Os promotores estão a centrar-se na reformulação de projetos, com o objetivo de criar centros comerciais e de lazer mais sofisticados, modernos e agradáveis. E também os centros secundários terão de continuar a reinventar-se para sobreviver.
Consequentemente, está a aumentar a polarização entre centros comerciais prime bem sucedidos e centros secundários com dificuldades no mercado de retalho europeu. Estes últimos são cada vez mais reconvertidos para escritórios ou habitação.
Marta Esteves Costa, Partner, Head of Research na Cushman & Wakefield, refere que «as oportunidades para a promoção de novos centros comerciais são encaradas tendo em vista dois tipos de ativos. Por um lado, empreendimentos predominantemente inovadores com uma forte componente de lazer e, por outro, pequenos espaços comerciais de conveniência integrados na comunidade envolvente, onde a proximidade, a presença de um operador da área da restauração e um mix comercial adequado são fatores cruciais para o sucesso».
Além disso, é cada vez mais evidente o potencial dos empreendimentos de uso misto. França é um bom exemplo, onde os promotores de centros comerciais estão a tentar diversificar com novos formatos como retail parks e formatos híbridos que incluem escritórios, hotéis e residencial. Até 2020, deverão ser colocados 2,1 milhões de metros quadrados de novos centros comerciais na Europa Ocidental.
Reconversão domina em Portugal
Já no Sul, Espanha lidera o desenvolvimento de novos centros, enquanto que Portugal, um mercado muito maduro, aposta essencialmente na reconversão e expansão de centros existentes, por oposição ao desenvolvimento de novos projetos.
No próximo ano deverão entrar no mercado português apenas 60.000 metros quadrados, grande parte desta área dizendo respeito a reconversões.
Marta Esteves Costa explica ainda que «a maturidade da indústria de retalho em Portugal foi há muito identificada pelos principais players do mercado, que gozam de uma vasta experiência no setor, maioritariamente bem sucedida e sempre adaptada ao potencial do mercado. O recente crescimento do formato de rua, alinhado com a evolução do online, são também fatores tidos em conta na opção de favorecimento do investimento em projetos que contam já com um longo historial de sucesso em detrimento de novos desenvolvimentos».