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A redução da dependência de recursos fósseis aliada a várias estratégias para a redução de emissões de gases com efeito de estufa têm como principal objetivo a eletrificação, recorrendo deste modo a energia maioritariamente gerada através de fontes renováveis. Num mundo em constante evolução em direção à inovação e à sustentabilidade, a mobilidade elétrica tornou-se na solução para, não só cumprir o papel crucial na redução das emissões de carbono, mas, sobretudo, para redefinir o conceito de mobilidade e na construção de comunidades mais sustentáveis. No âmbito da mobilidade elétrica – que oferece uma alternativa mais sustentável aos combustíveis fósseis, como a gasolina ou o diesel – existe um conceito inovador que deve ser escalpelizado: destination charging.
O termo é fácil de explicar: o carregamento no destino mais não é do que a instalação de estações de carregamento em locais onde usualmente os condutores passam tempo regularmente, como por exemplo centros comerciais, proporcionando uma abordagem muito mais conveniente e integrada ao utilizador, no que toca ao carregamento do seu veículo elétrico. Na prática, este conceito pretende transformar o ato de carregamento em algo tão rotineiro como a deslocação a uma loja ou supermercado ou até uma ida ao cinema num centro comercial, aproveitando o tempo despendido nestas tarefas para deixar o veículo elétrico a carregar numa estação de carregamento disponível no parque de estacionamento desse mesmo centro comercial, ficando com a bateria carregada e pronta para as futuras necessidades de deslocação.
Deste modo, o destination charging deverá ser o futuro dos centros comerciais. O impacto positivo e as mais-valias para a gestão de centros comerciais são, de certo modo, previsíveis e com benefícios económicos. Um centro comercial com uma infraestrutura preparada e instalada com estações de carregamento no seu parque de estacionamento será mais atrativa para os condutores de veículos elétricos atuais e potenciais que, consequentemente, serão clientes que irão consumir nesses estabelecimentos comerciais, enquanto o carregamento da bateria está a decorrer, do que um centro comercial que não disponha dessa infraestrutura complementar à experiência de retalho orientada para as necessidades dos seus clientes.
Apesar da densidade de pontos de carregamento em Portugal ser uma das melhores da Europa, existe ainda muito trabalho a fazer, sobretudo quanto à distribuição destes pontos pelo território, uma vez que a maior parte dos pontos de carregamento encontra-se maioritariamente nos grandes centros urbanos. Neste sentido, a implementação bem-sucedida do conceito de destination charging em Portugal exige a colaboração entre os vários players que atuam na área da mobilidade elétrica, desde empresas ligadas ao retalho passando pela hotelaria e pela gestão de centros comerciais, para que seja desenvolvida uma infraestrutura de carregamento mais ampla e acessível, impulsionando desse modo o crescimento do mercado de carros elétricos.
A infraestrutura que atualmente existe não está ainda preparada para uma substituição plena da tecnologia antiga pela nova, esperando uma atualização com todas as conveniências atuais. No entanto, existe um forte dinamismo de mercado, também impulsionado por políticas nacionais, e esse aumento do mercado está necessariamente a incentivar o desenvolvimento da infraestrutura adequada.
Para acelerar ainda mais este processo, seria importante que os governos trabalhassem de perto e em parceria com as empresas do sector, que estão próximas dos utilizadores e consumidores e que conhecessem as suas necessidades reais, uma vez que estas poderiam ajudar a compreender e a traçar o melhor caminho da mobilidade elétrica. É o caso da Powerdot, uma empresa criada e com sede em Portugal e que é um dos Operadores de Pontos de Carregamento (OPC) de mais rápido crescimento na Europa que tem a missão de acelerar a mobilidade sustentável em que já se encontra presente em seis países da Europa.
A somar a isto existem ainda já incentivos concretos para uma maior presença de estações de carregamento, mais concretamente o artigo 14 do Decreto-Lei n.º 101-D/2020, o qual estabelece a criação de pelo menos dois pontos de carregamento para veículos elétricos em todos os edifícios de comércio e serviços com mais de 20 lugares a partir de 31 de dezembro de 2024. Este é um claro indicador de que o futuro da mobilidade em Portugal será, inevitavelmente, elétrico. Neste sentido, a infraestrutura que irá sustentar a transição para a mobilidade elétrica será uma necessidade real e inelutável para os próximos projetos imobiliários direcionados para futuros centros comerciais.
Os centros comerciais têm assim um papel fundamental para a construção e implementação de uma infraestrutura adequada, da qual também irão beneficiar indiretamente, e um contributo importante na estratégia de descarbonização através do incentivo à transição para a mobilidade elétrica que é uma realidade iminente.