«O mercado de retalho voltou a ser marcado pelo dinamismo do comércio de rua, que tem registado uma evolução sólida e crescente, atraindo diariamente novos retalhistas e promovendo a abertura de novos conceitos que em muito têm contribuído para a transformação dos principais centros urbanos», comenta Cristina Cristóvão, diretora do departamento de retalho da Savills em Portugal.
No ano passado, o volume de vendas do comércio a retalho em Portugal aumentou 3,9% face ao ano anterior. Desde 2013 que este índice já registou um aumento acumulado de 73%, «refletindo a recuperação da confiança dos consumidores», segundo a consultora.
Lisboa e Porto têm registado um crescimento notório do comércio de rua, justificado pelo crescente fluxo turístico, e pela consequente entrada de novos retalhistas, além da alteração dos hábitos de consumo, da influência dos novos consumidores e da introdução de novas tecnologias.
75% das novas aberturas em Lisboa disseram respeito ao setor da restauração e alimentação, segundo uma amostra recolhida pela Savills, que destaca a My Auchan, Padaria Portuguesa, Selfish, Loja das Conservas ou H3 e Jamie’s Italian. Todas as outras atividades demonstraram um peso residual, com o setor da moda, a contabilizar 9% das novas aberturas.
No ano passado, as rendas prime da zona do Chiado atingiram os 140 euros/m² e os 130 euros na zona da Baixa, valores que devem subir ainda este ano, devido à «pressão da procura e inexistência de oferta».