O Chiado, em Lisboa, ocupa o 27º lugar da lista das ruas mais caras do mundo para comércio de rua. É o que mostra o estudo “Main streets across the world”, agora publicado pela Cushman & Wakefield, que coloca a 5ª Avenida, em Nova Iorque, como a localização de comércio de rua mais cara do mundo.
Este relatório monitoriza e ordena localizações de retalho nas principais 92 cidades do mundo. A 5ª Avenida recuperou o primeiro lugar, que perdeu em 2019 para Causeway Bay, em Hong Kong. A renda média é de 21.076 euros anuais por metro quadrado.
Atualmente, a indexação do dólar de Hong Kong ao dólar americano permitiu a Hong Kong manter a segunda posição no ranking. Tsim Sha Tsui tem uma renda média de 15.134 euros anuais por metro quadrado, ultrapassando Causeway Bay.
Em terceiro lugar surge a Via Montapoleone, em Milão, com uma renda média anual de 14.547 euros por metro quadrado, a primeira vez que esta localização se destaca em primeiro lugar na Europa, ultrapassando a New Bond Street, em Londres (4º) e os Champs Élysées, em Paris (5º).
Robert Travers, Head of EMEA Retail da C&W, comenta em comunicado que «a indústria passou por um dos maiores testes de stress de sempre nos últimos anos, mas os melhores imóveis para retalho de rua permaneceram robustos. Embora agora enfrentemos novos desafios económicos, o discurso mudou do pessimismo para a evolução omnicanal no setor do retalho».
Completa ainda que «muitas marcas estão a apostar numa estratégia de longo prazo, procurando garantir antecipadamente localizações privilegiadas, por forma a se adaptarem às necessidades cada vez mais exigentes dos clientes. Com mais investimentos em experiências de alta qualidade nas lojas e desenvolvimentos nas abordagens omnicanal, estamos confiantes na resiliência do setor, principalmente no segmento de luxo e nas principais cidades globais».
O Chiado em particular, subiu duas posições no ranking face a 2019. Tem atualmente uma renda prime na rua Garret de 1.426 euros anuais por metro quadrado, e tem vindo a registar uma valorização muito significativa desde 2013, quando o comércio de rua começou a crescer em Portugal. O valor atual é 5 vezes superior ao registado há 30 anos na zona mais cara de Lisboa.
Sandra Campos, diretora do departamento de Retalho da C&W Portugal, destaca que «o retalho é sem dúvida um dos mais dinâmicos setores do imobiliário. Diretamente impactado pelos bons e maus acontecimentos, tem vindo a responder com grande perspicácia aos desafios mais insólitos que o mundo tem vindo a assistir, capaz de se reinventar e adaptar constantemente. A prova disso está na continuada estratégia de expansão que as marcas têm vindo a adotar, contrariando afirmações de que o retalho físico tende a assumir um papel redutor no futuro».
As rendas, por seu lado, «acompanham este movimento e Lisboa ocupa agora o 27º lugar no ranking das capitais mais caras do mundo. Em cerca de 30 anos o Chiado quintuplicou o seu valor e a Avenida da Liberdade, artéria de luxo da cidade, acompanha esta trajetória e regista uma procura sem precedentes».
Completa que «para o comércio de rua o futuro é empolgante, com as novas tecnologias a abrir caminho para uma experiência online mais imersiva, os novos comportamentos do consumidor a impulsionar a inovação de produtos e modelos de negócios e as lojas assumirem cada vez mais um papel experiencial».