Dentro de dias, estarão disponíveis os formulários de pré-candidatura online, prazo que encerra a 5 de fevereiro. A partir de dia 19 de fevereiro, até 12 de março, poderão ser formalizadas as candidaturas e entregues os dossiers dos projetos.
Este ano, o júri do galardão, organizado pela Vida Imobiliária e pela Promevi, será composto por Manuel Reis Campos, João Carlos Santos, João Duque, João Santa-Rita, Raimundo Mendes da Silva.
O Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2021 será entregue em abril, em cidade ainda a definir.
Em 8 anos, o PNRU soma os 516 projetos candidatos. No ano passado, venceram na cidade do Porto o Hotel Tipografia do Conto, nas categorias de Turismo e Melhor intervenção da Cidade do Porto; o Braamcamp 119, na categoria de Comercial e Serviços; e o Pavilhão Superbock Arena – Rosa Mota, em Impacto Social.
António Gil Machado, diretor da VI, recordou na apresentação desta edição do prémio que «é com o contributo de todos, incluindo o júri, ou as empresas que apoiam, que aqui estamos».
Prémio Nacional de Reabilitação Urbana é “fundamental para premiar a qualidade”
Galardões como este são «fundamentais para premiar a qualidade», considera Paula Santos, Vice-Presidente do Conselho Diretivo Nacional da Ordem dos Arquitectos. «Temos feito um esforço muito substancial nos últimos anos na recuperação do nosso património e das nossas cidades, mas achamos que podemos fazer sempre melhor», referiu durante a conferência “A reabilitação como um exemplo a premiar!”, que decorreu na tarde de 24 de novembro, e que teve o PNRU como ponto de partida para a discussão.
João Carlos Santos, Membro do Júri e Subdiretor Geral da DGPC, destacou que «é surpreendente a quantidade crescente dos candidatos a concurso no PNRU todos os anos». E salienta que «já não atribuímos prémio só a edifícios antigos, mas também a alguns mais modernos, já em betão armado, e isso é extremamente importante para nós. Este processo de reabilitação é abrangente».
Nesta linha, Vasco Peixoto de Freitas, Presidente GECoRPA, apontou que «há uma série de edifícios do século XX que precisam de ser preservados. É um desafio. Este património é especial». E recordou a importância do Prémio, que «incentiva o melhor, premeia casos de estudo e bons exemplos a ser referenciados para o futuro».
Legislação deve adaptar-se à realidade do terreno
Os participantes nesta mesa redonda concordaram na dificuldade em responder a todas as exigências e requisitos da legislação na hora de reabilitar o património.
Paula Santos considera que há diferenças entre o legislador que «está a transpor diretivas europeias» e quem está no terreno: «Se quisermos ser legalistas, podemos fazer maus projetos. A legislação não é uma coisa fechada». Por outro lado, «a reabilitação é uma das áreas em que é mais difícil ter regras para todas as situações. Existem muitos tipos de edifícios, e é um equilíbrio difícil que não tem regras absolutas», defende Rosário Ferreira de Almeida, da Ferreira de Almeida Arquitetos.
Nuno Valentim, ex-membro do júri e premiado do PNRU, testemunha que «continuam a existir entidades muito pouco recetivas às especificidades da prática em contexto patrimonial, nomeadamente a soluções que não cumpram a 100% as exigências, cumpram a 80% e a 85% para salvar património. Há mais debate a fazer».
E João Carlos Santos concorda que «é muito importante manter a autenticidade do património a reabilitar, mas muitas vezes é muito difícil implementar. É importante ter em conta os sistemas construtivos. É essencial e exigência de um relatório prévio que faça um extenso levantamento do que temos para reabilitar, ajuda-nos a todos».