Esta decisão foi publicada a 19 de outubro em Diário da República, através do Gabinete da Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural. Na portaria do Governo pode ler-se que «o edifício da Fábrica da Saboaria e Perfumaria Confiança, bem como o espólio que ainda se conserva, do qual faz parte um importante arquivo, representa o último testemunho bracarense de um património do qual existem cada vez menos vestígios».
O documento citado pelo JN refere que a «dimensão histórica e social não se esgota na história da industrialização da cidade, e nem sequer no período oitocentista, mas respeita a todo o Norte de Portugal, e a uma cronologia que se alarga, provavelmente, a épocas bem mais remotas, havendo razões para acreditar que no local ainda se conserva parte da Via Romana XVII, que ligava Braga a Astorga».
De recordar que a Câmara Municipal de Braga tentou vender a Fábrica Confiança em hasta pública por quatro vezes, com a última marcada para março, e sem interessados. Em sequência da falta de interesse, nessa altura o autarca Ricardo Rio avançava que «perante este cenário, voltamos a pôr na mesa a hipótese já avançada aquando da anterior hasta pública. A hipótese que ganha novo fôlego é ceder ao Ministério do Ensino Superior, através da Universidade do Minho [UMinho], o complexo da Confiança para que seja ali construída uma residência universitária pública».
Esta opção de venda gerou também uma onda de indignação por parte das forças da oposição na autarquia e de vários cidadãos, que criaram inclusive a plataforma Salvar a Fábrica Confiança, momento cívico que chegou a tentar travar os leilões com providências cautelares.