Estações de comboio vão ganhar nova vida com o programa Revive

Estações de comboio vão ganhar nova vida com o programa Revive

Foto: Estação Ferroviária de Sousel. Joaomsmoreira, Wikimedia Commons, CC

Numa primeira fase, estão 30 locais identificados para ganhar nova vida, maioritariamente no Alentejo e no Norte do país, como Serpa-Brinches (ramal de Moura), Vimieiro e Ameixial (linha de Évora), Santa Vitória-Ervidel e apeadeiro de Penedo Gordo (variante de Beja da linha do Alentejo), ou outros locais nos antigos ramais de Moura, Portalegre, Reguengos, Cáceres, do Sabor ou do troço Valença-Monção, no Minho.

Tratam-se de estações «em estado devoluto e que não integram os planos de renovação da ferrovia em Portugal. Podem ser mobilizadas para outros fins», explicou a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques. «Faz todo o sentido promover parcerias público-privadas para esta modalidade de turismo. O Estado é detentor de um conjunto muitíssimo relevante de imóveis, com um elevado valor patrimonial e que necessitam de ser requalificados», diz citada pelo DV.

Numa segunda fase, no 1º trimestre de 2021, serão lançados os primeiros concursos públicos para concessionar estes espaços operados por privados. A secretária de Estado avança que «temos de privilegiar as candidaturas que não só apostem numa requalificação dos espaços com qualidade, mas também queremos valorizar os projetos que apostem no turismo ferroviário. É preciso mostrar que aquilo foi uma estação ferroviária e também é preciso promover formas de mobilidade».

António Brancanes, líder da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro (APAC), salienta que «existe um grande património ligado à ferrovia que se encontra sem uso e ao abandono». Considera que «se os edifícios não vão ter utilidade, deve ser-lhes dada alguma dignidade».

Esta terça-feira deverá ser assinado um protocolo entre a Infraestruturas de Portugal e o Governo para que as estações e apeadeiros em causa passem para o fundo de investimento associado ao programa Revive Natureza, criado no ano passado, como extensão do programa Revive, para recuperar antigas casas florestais, postos da guarda-fiscal e outros pequenos imóveis dispersos.