Urbanitae “quer ser o parceiro de referência na promoção imobiliária em Portugal”

Até porque, nota, “com a forte carência de habitação nova no país, o crowdunding imobiliário surge como uma excelente ferramenta para permitir aos promotores acelerarem a execução dos seus projetos”. Em todo o caso, garante o responsável, “somos agnósticos quando tipo de projeto e de segmento. Desde que se cumpram os nossos critérios de investimento e que se demonstre o potencial de gerar boas rentabilidades para os nossos investidores, estamos disponíveis para avaliar todas as oportunidades” Neste primeiro ano de atividade em Portugal, “ainda que tenhamos concretizado “apenas” nove operações, todas na área residencial, “quer pelo número de contactos efetuados, quer pela recorrência de alguns promotores, estamos convencidos que a Urbanitae se vai tornar num parceiro de referência dos principais promotores imobiliários a operar em Portugal”, afirma Simão Cruz, afiançando que a aceitação do setor “tem sido francamente positiva”. Em todo o caso, reconhece, “pelo desconhecimento do conceito, é normal que inicialmente exista alguma resistência. Mas após uma análise com exemplos práticos, ficam claras as vantagens para qualquer promotor da utilização de financiamento colaborativo nos seus projetos”. A possibilidade de obter financiamentos alternativos à banca tradicional, com condições ajustadas às necessidades ou como complemento à estrutura de capitais próprios do projeto são, segundo o responsável, as principais vantagens identificadas pelos promotores no modelo de crowdfunding da Urbanitae. Simão Cruz, Country Manager da Urbanitae em PortugalLegenda “Não nos comparamos com a banca” Assumindo-se como uma fonte alternativa de financiamento ao imobiliário, a Urbanitae rejeita comparações com a banca, “que é, acima de tudo, um importante parceiro nos nossos projetos de equity, dado que complementa a estrutura de capitais do projeto, conjuntamente com os capitais próprios do promotor”. Tanto que “todos os nossos projetos em Portugal dispõem de financiamento bancário, originado por cinco entidades diferentes”, sublinha. Assim sendo, “as principais propostas de valor oferecidas pela Urbanitae aos promotores dependem do tipo de produto utilizado”, esclarece Simão Cruz. “Em projetos de dívida, somos mais flexíveis na estruturação do financiamento, disponibilizando carências de capital e juros, e adaptando o tipo de financiamento a distintos momentos e necessidades de cada projeto. Como contrapartida, além do pacote de garantias habitual, e dependendo deste, temos taxas de juro que variam, situando-se geralmente nos dois dígitos, algo comum entre as plataformas de crowdfunding imobiliário, com prazos máximos de dois anos, o que se alinha com os ciclos de desenvolvimento dos projetos, permitindo aos nossos investidores obterem retornos importantes mantendo a sustentabilidade da rentabilidade dos promotores”. Já nos projetos de equity, “os investidores tornam-se sócios do promotor na sociedade veículo do projeto, complementando os capitais próprios do promotor conjuntamente com o financiamento bancário. Este produto em particular é bastante interessante para o promotor, pois permite-lhe não apenas diversificar o risco do investimento, como também escalar o seu negócio e desenvolver mais projetos ao mesmo tempo, dada a liquidez gerada pela substituição do seu capital pelo dos investidores da Urbanitae”, observa o Country Manager, frisando que “neste tipo de projetos a TIR esperada para os nossos investidores está sempre acima de 15%”. 2025 será ano de crescimento para o setor Confiante que “2025 será, sem dúvida, um ano de crescimento do setor” do crowdfunding imobiliário em Portugal e, olhando aos números do mercado nacional em 2024, o responsável é perentório: “o volume do setor é bastante reduzido quando comparado com o seu potencial”. Atualmente, diz, “Portugal está a ser colocado no radar para a expansão de várias plataformas europeias, o que representa uma oportunidade clara não só para as plataformas, mas também para os promotores e investidores”. Claro que, os desafios também existem, reconhece, o principal dos quais “reside na estruturação de projetos em Portugal, particularmente no que diz respeito às questões legais e fiscais. O crowdfunding imobiliário ainda é uma atividade pouco conhecida, especialmente junto dos organismos públicos. A regulação aplicada é europeia e não nacional, o que causa dificuldades e, por vezes, atrasos nos processos. Para além disso, o enquadramento fiscal também representa um desafio, especialmente ao reunir centenas de investidores num único projeto, cumprindo tanto com o regulamento europeu como com a legislação nacional”. Além disso, continua, “as diferenças no tratamento fiscal entre Portugal e outras geografias são notórias e, nesta área em particular há muito a melhorar”. Pequenos investidores e espanhóis são quem mais investe De acordo com Simão Cruz, os pequenos investidores são o perfil dominante na Urbanitae em Portugal, tal como corre em Espanha. “Este perfil representa a maior parte da nossa base de investidores, sendo complementada por um número menor de investidores institucionais. Atualmente, a maior parte dos investidores nos projetos de Portugal é de nacionalidade espanhola, mas ao longo dos últimos projetos temos notado um forte crescimento de investidores portugueses e também de outras nacionalidades”. Na Urbanitae, o investimento mínimo por projeto é de 500 euros, e o ticket médio varia entre os 2.700 euros e os 5.200 euros por investidor, dependendedo do tipo de projeto. “este valor reflete o facto de os investidores utilizarem a nossa plataforma como uma ferramenta de diversificação, ajustada ao seu perfil de risco no setor imobiliário. Em termos de alocação de capital, os pequenos investidores particulares representam uma proporção significativamente maior em comparação com os investidores institucionais”, observa o Country Director. No que toca às rentabilidades oferecidas, olhando para o histórico dos projetos já concluídos na Urbanitae, a Taxa Interna de Rentabildiade (TIR) média está acima dos 13%, revela Simão Cruz. Em todo o caso, frisa, “ofereceremos diferentes produtos de risco: tanto em dívida, onde se inclui no pacote de garantias uma hipoteca, como em capital, onde o investidor se torna sócio do promotor no projeto. Em ambos os casos, existe sempre uma base imobiliária associada a cada investimento, o que nos diferencia de outros produtos de financiamento participativo que não oferecem este tipo de garantias. Assim, consideramos que o nosso produto apresenta um risco mais baixo, com rentabilidades superiores, demostrado pelo nosso histórico”. Perante isto, a seu ver, “quando comparado com os produtos de investimento imobiliário tradicionais, as vantagens da nossa plataforma são claras. A tecnologia que utilizamos permite aos nossos investidores investir de forma totalmente digital, sem necessidade de papelada e com um valor acessível a partir de 500 euros. Deste modo, ao democratizarmos o processo de investimento com um valor relativamente baixo, tal como qualquer profissional, o investidor da Urbanitae tem acesso a informação detalhada de cada projeto, para que possa tomar a decisão sobre se quer investir e quanto quer investir em projetos de grande dimensão geridos por promotores profissionais, algo que anteriormente só estava ao alcance de grandes investidores. Posteriormente, beneficia de um acompanhamento e monitorização constante do seu investimento executado pela CBRE, com quem a Urbanitae tem uma parceria estratégica para este serviço”. E, remata, “tendo em conta todas estes argumentos, também aqui identificamos um enorme potencial de crescimento, dado que em Portugal o financiamento colaborativo em imobiliário é um produto ainda muito pouco conhecido, quando comparado com outros países europeus”. Objetivo é bater os 60 milhões angariados até ao final do ano Olhando em retrospetiva, Simão Cruz afirma que “o balanço do primeiro ano de atividade em Portugal é bastante positivo. Conseguimos posicionar-nos no mercado como uma fonte alternativa sólida de financiamento para promotores imobiliários, oferecendo uma fonte de capital inovadora. Ao chegarmos a Portugal, trouxemos connosco um track record consolidado em Espanha, onde somos líderes de mercado em crowdfunding imobiliário, e trazíamos o claro objetivo de replicar esse sucesso em solo português”. E, nesta sua primeira incursão internacional, “o que correu melhor foi, sem dúvida, a rápida adesão dos promotores portugueses às vantagens competitivas da Urbanitae, em comparação com as soluções tradicionais disponíveis”, realça o responsável. Passados quinze meses, os resultados estão à vista, com perto de 33 milhões de euros em investimento já angariado; sendo que a meta projetada para este ano é de 60 milhões de euros. E, para apoiar este processo de crescimento, a empresa está neste momento a reforçar a equipa dedicada ao nosso país, revela o Country Manager. Outra dos objetivos definidos para este ano, é “estruturar o nosso primeiro projeto de dívida e de yield (rendas), nos quais temos vindo a investir, no sentido de assegurarmos que todos os riscos deste tipo de investimentos estão salvaguardados, tanto para os nossos investidores como para os promotores. Para além disso, estamos a trabalhar no aumento da nossa base de investidores portugueses, tanto no segmento de pequenos investidores como no de investidores institucionais”. De olhos postos no futuro, depois da Ibéria, a Urbanitae já aterrou também em França e prepara-se para lançar os primeiros projetos em Itália ainda este ano, “tendo como objetivo tornar-se a maior plataforma de crowdfunding imobiliário da Europa”. Neste contexto de internacionalização, a projeção é que Portugal contribua com uma fatia entre os 10% a 15% no volume de negócios da empresa nos próximos dois anos.

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