Os números recolhidos pelo Gabinete de Estudos da APEMIP não surpreendem Luís Lima, presidente da associação, para quem «a quebra do número de vendas já era esperada devido ao surto pandémico e ao decreto do Estado de Emergência em março, que motivou três situações: o adiamento de escrituras, o encerramento dos estabelecimentos ao público e o impedimento de realizar de visitas presenciais a imóveis. Perante esta situação, era expectável que o número de vendas registasse um decréscimo, que deverá ser ainda mais acentuado no segundo trimestre deste ano», antecipa.
Admitindo que o imobiliário não está imune às consequências da crise, identifica que «o comportamento da economia e a estabilidade laboral das famílias influencia diretamente o desempenho do mercado. No entanto, acredito que este setor será um dos primeiros a recuperar, alavancando eventualmente outros como o turismo, cuja recuperação se espera mais lenta».
O investimento estrangeiro e o arrendamento urbano poderão ser oportunidades nos próximos tempos. Até porque «temos tido sinais, confirmados aliás por algumas entidades financeiras, de que a procura por estrangeiros se tem vindo a acentuar, motivada pelo bom desempenho do país na gestão sanitária desta crise. Apesar de não haver ainda concretizações, logo que se registe a reabertura de algumas rotas aéreas e a confiança para viajar, deveremos reaver o investimento estrangeiro no setor».
Por outro lado, «o arrendamento urbano seguirá como um novo paradigma de atuação para o setor, quer numa perspetiva investimento, quer numa perspetiva de mercado».