A tese de Khadija Benis, do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, venceu a edição de 2020 do Prémio André Jordan. O trabalho, sobre o tema “Building-Integrated Agriculture (BIA) in urban contexts - methodological contributions to sustainability assessment”, venceu na categoria Teses de Doutoramento/Artigos Científicos. Tem por objetivo desafiar as cidades a promover uma mudança de paradigma do ponto de vista da sustentabilidade alimentar, com impacto nas cadeias de distribuição, apostando no que se designa por Building Integrated Agriculture, promovendo a produção alimentar em coberturas ou fachadas dos edifícios, com ganhos de conforto térmico para estes.
O Instituto Superior Técnico torna-se, assim, na instituição de ensino superior com o maior número de premiados na categoria de Doutoramentos, condição que já assumia na categoria de dissertações de mestrado nos últimos 10 anos.
O júri do Prémio André Jordan, presidido pelo professor Augusto Mateus, distinguiu também com uma Menção Honrosa na mesma categoria Francisco Portugal e Gomes, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, com a tese “Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa: contributo para o entendimento das causas do problema da «casa portuguesa»”. Este trabalho divide-se em duas partes: a primeira, trata-se de um inquérito que reporta a um dos tópicos mais referidos na historiografia da arquitetura portuguesa da segunda metade do século XX, como sendo o estudo que na ocasião da sua realização pôs fim à questão da “casa portuguesa” tendo constituído em finais da década de 50 do século XX a base da decisiva viragem que ocorreu na arquitetura moderna produzida em Portugal, e do surgimento da nova modernidade ou terceira via; a segunda parte, visa colmatar uma lacuna na historiografia da arquitetura, acerca das causas do problema da “casa portuguesa”.
Na categoria Dissertações de Mestrado, venceu Ana Fernandes, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, que sob o tema “Dinâmica dos preços de habitação em Portugal – os fatores fundamentais do mercado de habitação”. O seu trabalho cobre a evolução dos preços de habitação em Portugal, para o período entre 2009 e 2018, e procede à modelação das causas que explicam a valorização do mercado nos anos mais recentes, pondo em evidência o impacto das novas fontes de procura, sejam as turísticas ou internacionais, entre outros fatores.
Os vencedores são premiados com um valor pecuniário de 7.500 euros, no caso das Teses de Doutoramento ou Artigos Científicos, e um prémio pecuniário de 1.000 euros para as Dissertações de Mestrado. Os trabalhos serão todos publicados numa edição adaptada para distribuição pelos profissionais do mercado.
O júri do galardão é composto, além do professor Augusto Mateus, por personalidades como Francisco Rocha Antunes, Presidente da Direção do RICS em Portugal; José da Silva Costa, Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade do Porto; José Crespo de Carvalho, Professor Catedrático no ISCTE; Eduardo Abreu, Presidente do Urban Land Institute em Portugal e, ainda, Gilberto Jordan, CEO do André Jordan Group.
O Prémio André Jordan é organizado pela revista Confidencial Imobiliário que, desde 1988, se notabiliza junto do mercado e da comunidade académica pela sua atividade independente de produção e difusão de estatísticas sobre habitação. Já distinguiu trabalhos oriundos de outras instituições como a Universidade de Coimbra, o ISCTE, a FEP – Universidade do Porto, a Universidade do Minho, o ISEL ou o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
A cerimónia de entrega destes prémios terá transmissão online esta tarde, pelas 15h30. Inclui um debate que conta com a participação do Professor Augusto Mateus, António Costa e Silva e Carlos Moedas.