Sustentabilidade vai ter “impacto revolucionário na avaliação imobiliária”

Sustentabilidade vai ter “impacto revolucionário na avaliação imobiliária”

Os impactos das exigências e necessidades de sustentabilidade na avaliação imobiliária estiveram em destaque durante a conferência organizada pela Associação Nacional de Avaliadores Imobiliários na última sexta-feira, em Lisboa.

Sob o mote “Avaliação e Sustentabilidade – Um novo paradigma”, o evento, que se realizou no Museu do Oriente, foi composto por uma série de painéis que focaram esta questão, em particular a incorporação das novas diretivas europeias na atividade da avaliação imobiliária, e como a sustentabilidade vai começar a ter um peso diferente no valor dos imóveis.

Ramiro Gomes, Presidente da Direção da ANAI, salientou no seu discurso que esta conferência marca «o encerramento do projeto High Value – Inovação e Sustentabilidade. Por outro, espera também marca o início de um novo ciclo para o setor da avaliação imobiliária em Portugal, para as empresas e para os seus profissionais. Um novo ciclo em que se reconheça a importância deste setor quer para a estabilidade do sistema financeiro, mas também a sua relevância para a cadeia de valor do setor da construção e do imobiliário».

O responsável acredita que «o setor e os seus profissionais têm de conseguir, face a estas novas exigências e expetativas, ser capazes de determinar um valor credível, que possa ser sustentado, fidedigno, inclusive sob contestação». E destaca que «estamos perante um grande desafio, uma vez que vivemos um período histórico marcado pela incerteza, pelo elevado grau de mutabilidade e de difícil previsibilidade. É necessário encontrar melhores condições para o próprio setor e para os profissionais».

Em declarações à VI, à margem do evento, Ramiro Gomes destacou que os temas abordados «são transversais, contribuem para uma uniformização e homogeneização das avaliações, e a questão da sustentabilidade é muito importante».

Manifestando-se satisfeito com a conferência, destacou o feedback positivo que foi sendo sentido, e acredita que os debates «preencheram um vazio que existia até aqui. Criámos um programa para ir ao encontro das necessidades dos peritos, nomeadamente na área da sustentabilidade, e estamos contentes com o resultado, tivemos mesmo de vedar o acesso a muitos outros que estavam interessados em participar. Valeu muito o esforço».

Por seu turno, Krzystof Grzesik, Presidente do TEGOVA – The European Group of Valuers’ Associations, destacou que «as novas regulações europeias terão um impacto revolucionário na avaliação imobiliária», numa altura em que «só agora, finalmente, a União Europeia legisla para a performance energética dos edifícios. Nos próximos anos, teremos de renovar os nossos edifícios e melhorá-los para terem uma classe energética mínima. Isso significa que, basicamente, muitos edifícios não poderão ser vendidos ou arrendados se não melhorarem a sua eficiência energética. Claro que ainda precisamos de conhecer mais pormenores, mas até agora, nunca tínhamos tido uma legislação tão completa, e vai mesmo impactar o trabalho da avaliação imobiliária».

E completa destacando que «a conferência foi muito bem organizada, foi um grande feito atrair representantes de todas as principais associações do setor de vários sítios do mundo».

Krzystof Grzesik, Presidente do TEGOVA
Krzystof Grzesik, Presidente do TEGOVA