O município do Seixal prossegue a sua estratégia de requalificação urbana e de captação de investidores, e mantém-se dinâmico na sua promoção. Foi esta a mensagem que transmitiu o Presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, convidado do mais recente webinar do ciclo “As Cidades Amanhã”, organizado pela APPII, que decorreu esta quarta-feira. Neste encontro com promotores e investidores imobiliários, Joaquim Santos apresentou os principais projetos que o Seixal tem em curso. Entre os principais projetos de desenvolvimento turístico do Seixal estão o núcleo urbano de Arrentela, um investimento de 2,5 milhões de euros que, segundo Joaquim Santos, «vai ter muita reabilitação urbana, abertura de novos alojamentos locais, nova restauração, requalificação de habitação». Descreve uma intervenção pública que «mobilizou um conjunto de investimentos privados». O projeto do Hotel Mundet é um dos mais conhecidos. Num investimento de 16 milhões de euros, aqui deverá surgir um novo hotel de 4 estrelas dom 94 quartos, a concluir no próximo ano. O projeto sofreu atrasos na obra devido a «exigências da Agência Portuguesa do Ambiente devido à quota e à utilização de habitação», segundo o autarca. Estão também incluídos neste conjunto de investimentos o novo Porto de Recreio, a construção do Centro Náutico do Seixal, do Centro de Inovação Criativa, do Hotel da Quinta da Trindade, para o qual a autarquia ainda procura investidor, ou a segunda fase de requalificação do Passeio Ribeirinho do Seixal, que vai incluir uma ponte pedonal de ligação ao Barreiro, num investimento de 8 milhões de euros. Será também prolongado o Passeio Ribeirinho de Amora. Por outro lado, está também planeado o Ecoresort do Seixal, numa área de implantação de 64 hectares, com 6,4 hectares de área de construção previstos. A autarquia identificou também oito áreas de interesse para atividades económicas no concelho que procuram investimento, incluindo a Lisbon South Bay, o Parque Industrial do Seixal, o Parque de Atividades Económicas Casal do Marco, com destaque para a zona do Pinhal das Freiras / Silk Road Lisboa, do grupo Alves Ribeiro, que promete ser «o maior parque tecnológico da região». Destaque também para o investimento de mais de 200 milhões de euros da Hovione, no território da ex-Siderurgia Nacional. Joaquim Santos afirma que «temos sido abordados por várias empresas para a instalação de áreas importantes aqui no concelho», e dá ainda nota da intenção de construção de um novo parque temático de 20 milhões de euros, que «pode ser muito importante para a região enquanto âncora de desenvolvimento». O autarca lembrou que «o facto de uma entidade pública acompanhar o que acontece no território em todas as fases do processo dá mais confiança aos investidores». Questionado sobre entraves ao desenvolvimento de novos projetos, como os tempos de licenciamento e outras burocracias, Joaquim Santos partilhou que «o maior obstáculo ao desenvolvimento é a postura de algumas instituições, como o caso da APA», recordando a situação do Hotel Mundet. «É um parecer de um técnico, que não está escrito em lado nenhum». Defende que algumas competências deveriam ser «alocadas a um governo regional, que faz todo o sentido na Área Metropolitana de Lisboa, e isso está já previsto na Constituição. Falta um patamar intermédio entre o Estado e as autarquias». Está convencido de que «com alguma desburocratização, poderíamos avançar os projetos mais depressa. Continuamos a agilizar os procedimentos», garante, mas os tempos «nem sempre dependem da autarquia. Temos de “bater à porta” de várias entidades».