«Não obstante o contexto de incerteza que temos vindo a experienciar, a nível nacional e internacional, Portugal continua a destacar-se nos mercados internacionais como um mercado relevante para investidores», afirma Pedro Rutkowski, CEO da Worx, no relatório WMarket 2023-2024, divulgado hoje pela consultora Worx Real Estate Consultants.
No ano passado, os setores hoteleiro e de retalho «afirmaram-se como os setores mais resilientes, com o turismo português a apresentar, mais uma vez, excelentes resultados e um aumento da procura e das receitas. A confirmar-se a esperada descida das taxas de juro, as perspetivas para o 2º semestre de 2024 são francamente mais positivas, o que permitirá compensar um arranque do ano pautado, em termos gerais, por alguma moderação da atividade».
Pedro Rutkowski sublinha ainda que «acreditamos, em qualquer caso, que segmentos de ativos alternativos, como os de healthcare e living, dado o bom potencial de crescimento que apresentam, deverão continuar a destacar-se em 2024 e, porventura, também em 2025».
Dos principais indicadores do mercado imobiliário em Portugal em 2023, que contabilizou próximo de 1.610 mil milhões de investimento em imobiliário comercial, o WMarket 2023-2024 salienta alguns dados.
Quanto ao mercado de escritórios, registou-se um volume total de 112.474 m² ocupados em Lisboa. Prevê-se uma forte dinâmica no nível de ocupação de escritórios no início do ano, a qual deverá contribuir para um volume total anual na ordem dos 160 mil metros quadrados em 2024, em linha com a média dos últimos 10 anos.
Já o setor hoteleiro atraiu o maior volume de investimento com 640 milhões de euros, representando 40% do volume total. Portugal assinalou mais de 77 milhões de dormidas e 30 milhões de hóspedes em 2023, evidenciando um crescimento superior a 10% face ao ano anterior. Para os próximos dois anos, espera-se um total de 120 novos projetos, o que se deverá traduzir num acréscimo de 12.000 unidades de alojamento por todo o país.
No que diz respeito ao retalho, este setor captou, em 2023, mais de 500 milhões de euros, o valor mais elevado desde 2020. O segmento de luxo impulsionou a dinâmica do comércio de rua, com a entrada de marcas internacionais no mercado português, nomeadamente a abertura das lojas das marcas francesas Dior e Isabel Marant na Avenida da Liberdade. Os supermercados atraíram mais de 40% do volume investido no setor, seguindo-se os centros comerciais (30%) e os retail parks (18%).