É o que mostra um inquérito feito pela APEMIP junto de cerca de 4.000 empresas do setor da mediação imobiliária, segundo o qual 81,1% das empresas sofreram uma quebra no volume de negócios face a igual período do ano passado.
No mesmo mês, a procura caiu para 64,5% das empresas, mas 83,9% atestam que os preços dos imóveis se mantiveram. 15,5% admitem quebras nos valores.
Luís Lima, presidente da APEMIP, acredita que «não há nenhuma justificação para que haja uma quebra de preços, a não ser pela correção de valores que estavam especulados. Se na última crise havia um excesso de oferta que motivava uma descida dos preços, desta vez verifica-se ausência de stock, sobretudo nos segmentos médio e médio baixo, onde continua a haver falta de casas que suprimam as necessidades da procura».
De notar ainda que 72,1% das imobiliárias voltaram a abrir ao público logo na primeira fase de desconfinamento, a 4 de maio, não apontando grandes dificuldades no cumprimento das novas regras de higiene e segurança. Mas muitas ainda não operam na totalidade.
Luís Lima avança que «no terreno ainda se nota que o mercado está a funcionar a meio-gás. Apesar de a grande maioria das mediadoras ter reaberto ao público, não tem a totalidade dos seus funcionários a laborar, até porque o volume de procura ainda não o justifica. Ainda está a haver uma adaptação à nova realidade. Mesmo assim, sente-se já algum otimismo e consciência para os desafios que o mercado trará».