Os números agora publicados pelo INE mostram que desde o início do ano, os principais mercados registaram descidas no número de dormidas, com destaque para a quebra de 89% do mercado irlandês, de 83,4% do mercado norte-americano, ou de 78,8% do mercado britânico.
Ainda assim, de mês a mês, a nota tem vindo a ser de recuperação. No mês de agosto, o setor do turismo recebeu 1,9 milhões de hóspedes e 5,1 milhões de dormidas, variações de -43,2% e -47,1%, respetivamente, face a igual mês do ano passado, mas menos negativas que as dos meses anteriores.
Neste mês, as dormidas de residentes cresceram 2,1%, num total de 3,4 milhões de dormidas, enquanto que as de não residentes reduziram-se em 72%, num total de 1,7 milhões.
A taxa de ocupação manteve uma ligeira recuperação em agosto, fixando-se nos 42,3%, menos 25% que em igual mês de 2019. As taxas de ocupação mais elevadas registaram-se no Algarve (56%) e no Alentejo (52,3%).
O RevPar fixou-se nos 49,2 euros para o conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, menos 41,7% face ao ano passado.
Já os proveitos totais, desceram 48,9%, fixando-se nos 326,5 milhões de euros, enquanto que os proveitos de aposento atingiram os 258,5 milhões de euros, menos 49,2%.
Neste mês, 21,2% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram fechados ou não receberam hóspedes.
Dormidas de residentes crescem no Algarve, Alentejo e Centro
A nota é mais positiva para as regiões do Alentejo, Centro e Algarve. Em agosto, todas as regiões do país registaram descidas nas dormidas, face ao ano passado, mas foi aqui que se registaram as menores variações (-15,3%, -27,7% e -39,1%, respetivamente).
Nestas regiões, as dormidas de residentes chegaram mesmo a subir, 9,9% no Algarve, 3,9% no Alentejo e 1,1% no Centro, o que não acontecia desde o início da pandemia, recorda o INE.
Por outro lado, as maiores variações nas dormidas totais registaram-se na Madeira (-72,2%), nos Açores (-69,1%) e AM Lisboa (-68,6%).
No acumulado de janeiro a agosto, Alentejo (-38,6%), Centro (-52,0%) e Norte (-57,4%) registaram as descidas menos significativas.
Corredor aéreo teve impacto positivo
O período durante o qual se manteve aberto o corredor aéreo entre o Reino Unido e Portugal, que dispensava de quarentena obrigatória os britânicos que regressassem de Portugal, a partir de 22 de agosto, teve impacto na hotelaria.
«A abertura do corredor aéreo com Portugal terá contribuído para a recuperação que se verificou em agosto, mês em que se registou uma redução de 79,8% das dormidas de residentes no Reino Unido, depois de quatro meses com diminuições sempre superiores a 90%», explica o INE.