Proveitos do turismo crescem 5,6% em setembro sustentados pelos residentes

Proveitos do turismo crescem 5,6% em setembro sustentados pelos residentes
Fotografia de Unsplash.

No mês de setembro, o setor do alojamento turístico recebeu 3,3 milhões de hóspedes e somou 8,5 milhões de dormidas, um desempenho praticamente estável face ao ano anterior. A leitura dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta sexta-feira, revela uma mudança de perfil na procura: foram os turistas residentes que sustentaram o crescimento, com mais 5,6% de dormidas, atingindo 2,5 milhões, enquanto as dormidas de não residentes recuaram 1,2%, totalizando 6 milhões, registando a segunda quebra consecutiva.

O setor manteve um forte desempenho, com proveitos totais de 840 milhões de euros e proveitos de aposento de 659 milhões, crescimentos de 5,6% e 5,8%, respetivamente. O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) fixou-se em 99,2 euros e o preço médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 143,1 euros.

 

Em setembro, os dez principais mercados emissores representaram quase 76% das dormidas de não residentes, confirmando o peso estruturante do turismo internacional no desempenho do setor. O Reino Unido manteve-se como o principal mercado para Portugal, com 18,9% do total de dormidas, apesar de um decréscimo de 6,1% face ao mesmo mês do ano passado.

O mercado alemão, responsável por 12,5% das dormidas, destacou-se como o único entre os dez maiores a crescer em setembro, com uma variação positiva de 3,1%, reforçando a importância da Alemanha no equilíbrio sazonal da procura. Na terceira posição, os Estados Unidos consolidaram a sua presença com 10,9% das dormidas, embora tenham registado uma ligeira quebra de 0,4%, a segunda desde março de 2021. Já os mercados irlandês e francês voltaram a abrandar, com quedas de 7,3% e 7,2%, respetivamente.

O Alentejo voltou a destacar-se em setembro como uma das regiões mais dinâmicas do turismo nacional, com um aumento de 8% nas dormidas, seguido da Península de Setúbal, que cresceu 3,6%. Em contraciclo, as regiões do Centro, Algarve e Açores registaram ligeiras quebras (-2,4%, -2,2% e -1,5%, respetivamente), refletindo o arrefecimento da procura internacional.

O Algarve manteve-se na liderança, concentrando 27,9% das dormidas, seguido da Grande Lisboa, com 22,1%, reafirmando a preponderância das regiões de maior capacidade hoteleira. As dormidas de residentes cresceram em quase todas as regiões, com exceção dos Açores (-2,5%) e do Centro (-2,4%). O destaque foi para a Madeira, onde as dormidas de turistas nacionais dispararam 36,3%, acompanhadas por subidas de 9,7% no Oeste e Vale do Tejo e no Alentejo.

Já entre os não residentes, o comportamento foi mais contido: apenas o Alentejo (+5,2%), o Norte (+2,9%) e a Península de Setúbal (+1,9%) registaram aumentos, enquanto o Oeste e Vale do Tejo (-3,5%) e a Madeira (-3,4%) foram as regiões com maiores descidas.