Está em causa uma necrópole paleocristã e alti-medieval, associada a um conjunto edificado religioso e administrativo com elementos arquitetónicos monumentais. O grupo Fortera já sabia da existência dos achados arqueológicos no local quando adquiriu o terreno em causa no ano passado, «dada a proximidade com o sítio do Castelo de Gaia». De forma preventiva, «contratou uma empresa especializada para mapear e relatar essas descobertas».
No entanto, a promotora imobiliária assume-se «surpreendida pela relevância dos artigos encontrados» e afirma que quer «salvaguardar os vestígios arqueológicos encontrados, pois os mesmos integram o património cultural, constituindo um meio para o conhecimento da história de Vila Nova de Gaia, e de Portugal».
«É assim evidente a necessidade do reconhecimento por parte da sociedade contemporânea do valor do património arqueológico e a necessidade do seu estudo, preservação e fruição», diz em comunicado Elad Dror, CEO do Grupo Fortera, que possui maioria da sociedade da promotora Noble S.A, que explora o local.
Neste mesmo local, já tinha sido feita uma intervenção arqueológica em 2007. Após a conclusão dos trabalhos, os arqueólogos propuseram a escavação integral do espaço, que ficou interrompida em 2008. Agora, em colaboração com a Câmara Municipal de Gaia, o grupo Fortera pretende desenvolver um espaço de visitação pública que valorize os achados.
Elad Dror completa que «o melhor caminho será sempre o que conjugue passado, presente e futuro, por isso, vamos analisar diferentes soluções que permitam a criação de um arqueossítio e centro interpelativo da Basílica Paleocristã de Gaia na zona de terreno onde se inserem os achados», conclui.