Portugueses representam mais de 50% das compras no imobiliário de luxo

A nacionalidade portuguesa continua a ser a maior compradora no mercado imobiliário premium: em 2022, os clientes nacionais representaram 55% dos negócios da Porta da Frente Christie’s, mediadora que atua exclusivamente com o segmento de luxo. É o que revelam os dados divulgados esta quarta-feira pela Porta da Frente Christie’s, no Report Review 2022.Nas contas de balanço do ano em análise, a mediadora imobiliária revelou que vendeu um total de 416 imóveis, uma soma total de 515 milhões de euros. Face a 2021, observou-se um crescimento de 15% em termos de unidades vendidas. Tendo em conta os valores de 2020, a Porta da Frente Christie’s duplicou o seu volume de faturação em 2022, reflexo do dinamismo e desenvolvimento do mercado imobiliário. O preço médio de transação por imóvel foi de 1.238.339 milhões de euros.Para a mediadora, com mais de 20 anos de experiência do mercado, é evidente: o mercado premium consolidou-se em 2022, e investir em imóveis «continuará a ser uma das melhores apostas financeiras», frisou Rafael Ascenso, CEO da Porta da Frente Christie’s.Para além dos portugueses, que representaram 55% dos negócios da Porta da Frente Christie’s, 2022 foi também pautado por novas nacionalidades que se interessaram por Portugal, bem como a consolidação de outras que já escolhiam o país para viver e investir. No ano transato, a mediadora vendeu imóveis a 33 nacionalidades: de destacar os brasileiros (a segunda nacionalidade que mais investe neste mercado em Portugal), os russos e os norte-americanos.Em Lisboa, os portugueses representam 49% das vendas e os brasileiros (15%). Escolhida como uma das zonas fortes, 43% de portugueses elegeram Cascais para investir, assim como 19% de brasileiros e 10% de russos. Já Oeiras é, definitivamente, «a região escolhida» pelos portugueses, que representam 75% das vendas.A Porta da Frente Christie’s apontou, como grandes tendências do ano, o fortalecimento (ainda maior) do cliente nacional, a consolidação do mercado imobiliário como foco para investimento, walkability e vivência de bairro e a procura por tranquilidade e privacidade fora dos grandes centros. A mediadoras destaca ainda o interesse crescente pelos projetos de reabilitação de edifícios históricos e pela construção sustentável.Apesar do aumento da inflação e da subida taxas de juro, que impactou e continua a impactar a vida dos portugueses, Rui Barradas, CEO do Doutor Finanças, afirma que «o imobiliário continua a ser uma boa opção» e que «70% dos 10 mil pedidos de ajuda que tínhamos por mês eram de pessoas que pediam auxílio para comprar casa». Para o responsável «devemos olhar para estas crises que atravessamos como uma aprendizagem» e que, por conta disso, «temos aprendido, com o passar dos anos, a investir melhor».Rafael Ascenso, CEO da Porta da Frente Christie’s, atenta para o facto de o mercado imobiliário ter, atualmente, «duas forças contrárias: o mercado médio alto e alto, que representa 10 a 15% da população portuguesa, um mercado que tem dinheiro para investir. Por outro lado, temos o mercado médio e médio baixo, que representa a grande maioria dos portugueses, onde as pessoas vão ter cada vez mais dificuldades em fazer investimentos imobiliários ou upgrades na casa».Para 2023, o CEO da Porta da Frente Christie’s refere que «temos sinais de que o mercado está a estabilizar. Acredito que seja um ano de estabilização dos preços, em algumas zonas». Para o responsável, o imobiliário torna-se numa mais valia no que toca à rentabilização do dinheiro que se tem no banco.

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