Portugal Real Estate Summit recebeu 350 participantes no Estoril

Portugal Real Estate Summit recebeu 350 participantes no Estoril

A 26 e 27 de setembro, o Hotel Palácio Estoril foi palco daquele que é o mais importante fórum ibérico de investimento imobiliário. As recém-criadas SIGI foram um dos temas de destaque do evento, um instrumento que poderá funcionar como porta de entrada em Portugal para os grandes investidores globais, acreditam 63% dos operadores imobiliários presentes no Portugal Real Estate Summit. 

Num dos questionários interativos em tempo real realizados no decurso dos trabalhos da conferência, 63% responderam desta forma, enquanto que 24% consideram mesmo que as SIGI serão a forma preferencial para investir em imobiliário em Portugal. Outros 13% reconhecem que o veículo terá um impacto muito limitado a prazo.

Em cinco anos, as SIGI- Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária, os chamados REITs portugueses, funcionarão sobretudo como um veículo alternativo para os grandes investidores alocarem capital ao imobiliário português. Esta foi uma das principais conclusões deste fórum de investimento imobiliário.

Dominique Moerenhout, CEO da EPRA, considerou, durante a sua intervenção no primeiro dia de trabalhos, que «a introdução de um regime de REITs em Portugal é uma grande oportunidade para o setor», especialmente numa altura em que «o panorama dos investidores no imobiliário está a mudar significativamente e este tipo de veículos são ótimas portas para entrada de investidores não especializados». O especialista defende que há uma crescente importância dos investidores generalistas (i.e. não especializados) no investimento imobiliário na Europa, sublinhando que «já temos companhias de seguros maiores do que fundos de pensões, e isso irá mudar o jogo do investimento imobiliário». 

Filipa Franco, Listing Director da Euronext Lisbon, acredita que as primeiras SIGI devam surgir num período de cinco a seis meses, ou seja, no 1º trimestre de 2020, «agora que as empresas já viram que o regime legal estabilizou e foi aprovado, passando um importantíssimo teste no Parlamento».

Da parte dos investidores, Alexandre Fernandes, Director of Asset Management Europe da Sonae Sierra, considera que «a introdução de um regime de SIGI em Portugal é muito vantajoso para os investidores, sobretudo para os que desenvolvem uma estratégia de investimento pan-europeia, pois confere maior transparência e facilidade de acesso ao mercado». Já David Brush, CIO da Merlin Properties, que opera uma das maiores SOCIMIs em Espanha, afirma que «ter estes regimes de REITs (Espanha e Portugal) tão consistentes entre si é um grande feito, e deveria ser um objetivo, pois é muito vantajoso».

Miguel Ferre, Vice-President, Global Corporation Center da IE-Instituto de Empresa e um dos impulsionadores da criação do regime REIT em Espanha, concorda que «criar um REIT, seja em Espanha ou em Portugal, é uma jogada positiva», ressalvando que «envolve sempre um compasso de espera» com um «período de tempo que não deve ser demasiado longo».