O Grupo Pestana quer transformar o Hotel Madeira Palácio em habitação. Para tal, ofereceu cerca de 45 milhões de euros ao BCP, o atual proprietário, para reforçar a sua aposta na componente imobiliária.
O ativo está parado há cerca de 10 anos e à venda desde o verão do ano passado. O Jornal da Madeira avançou entretanto que o Grupo Pestana estaria em conversações com o BCP para a compra desta unidade.
José Theotónio, CEO do Grupo Pestana, confirmou ao Eco o interesse no imóvel, e o montante proposto: «estamos num período de due diligence. Fizemos uma proposta, eles [BCP] fizeram uma contraproposta e nós aceitámos», mas salienta que o valor final do negócio ainda não está fechado, pois «vai depender das condições de financiamento» ou da possibilidade do exercício de direito de preferência por parte dos moradores de um dos lotes de habitação.
O Hotel Madeira Palácio é atualmente composto por quatro lotes, um do hotel, uma zona de apartamentos, um terreno para construção junto ao Pestana Bay e um lote com habitação em regime de colonia, um regime que «só existe na Madeira. As casas estão habitadas e os colonos têm direito de preferência. Se exercerem esse direito, podem comprá-las e pagar diretamente ao banco». José Theotónio afirma que «assim que [o ativo] for comprado, queremos começar imediatamente a vender».
O responsável admite que «a hotelaria está fraca e em 2020 conseguimos alguns bons resultados na parte imobiliária. O nosso interesse é exatamente esse: a componente imobiliária».
De recordar que o hotel foi comparado em 2018 pelo Grupo Enotel por 40 milhões de euros, que se propunha a aumentar o projeto para 318 unidades de alojamento e 728 camas. As obras chegaram a arrancar nesse ano, e as previsões apontavam para a sua conclusão no verão passado, mas, segundo o Jornal da Madeira, o projeto acabou por ser abandonado depois de o BCP ter rejeitado as condições propostas pelo Grupo Enotel. Voltou entretanto ao mercado no ano passado.