Nos últimos 10 anos, Portugal registou um ligeiro crescimento do número de edifícios e de alojamentos destinados a habitação, num total de 3.573.416 edifícios (+0,8%) e 5.981 milhões de habitações (+1,7%).
Trata-se de «um ritmo [de crescimento] bastante inferior ao verificado em décadas anteriores», mostram os dados preliminares dos Censos 2021, que comparam com subidas de cerca de 12% e 16% registados na década anterior.
Os maiores aumentos do parque habitacional registaram-se nos Açores e no Algarve, com mais 1,7% e 1,1% de edifícios e 3,3% e 3,2% de habitações, respetivamente. O número de habitações subiu em 72% dos municípios portugueses.
De notar que os edifícios com apenas um alojamento representam cerca de 87% do parque habitacional. Os edifícios com 2 a 4 alojamentos representam 7,5% do total, e os edifícios com 10 ou mais alojamentos correspondem a 2,3% dos edifícios para fins habitacionais.
Os Censos mostram que se reforçou «ligeiramente» o peso da primeira habitação em detrimento das residências secundárias, num total de 4,1 milhões de residências permanentes e 1,1 milhões de residências secundárias ou de uso sazonal. Os alojamentos de primeira habitação representam 65% do total, mais 1,3% face a 2011, e as segundas habitações perderam importância relativa em 0,8%. São 723.214 os alojamentos vagos, 0,4% do total.
Lisboa tem a maior percentagem de alojamentos de residência habitual, num total de 79,6%, e a menor percentagem de habitações secundárias, de 9,7%. Por oposição, o Algarve destaca-se com 38,6%, sendo a região com maior peso das residências secundárias, seguido do Centro, com 23,8% e do Alentejo com 22%.
Habitações arrendadas aumentam 16% nos últimos 10 anos
O número de habitações arrendadas em Portugal subiu 16% nos últimos 10 anos, para 922.921 casas, e representam hoje 22,3% do total, um aumento de 2,4% na sua importância relativa.
21% dos alojamentos arrendados tem um valor de renda superior a 1.000 euros. O escalão mais representativo é o dos 650 aos 999,99 euros, com 40,4% dos alojamentos ocupados.
Em 2021, 70% dos alojamentos são ocupados pelo seu proprietário, percentagem que tem vindo a descer nas últimas décadas. A importância relativa dos proprietários desceu 3,2% nos últimos 10 anos e 5,7% face a 2001.
É na região Centro que já mais casas ocupadas pelos proprietários, num total de 77,3%, com a proporção de alojamentos arrendados mais baixa, de 16%. Lisboa tem a maior expressão dos arrendamentos, de 29,2%.
2,1%.
Aumentam os desequilíbrios da distribuição da população pelo território
De acordo com estes dados provisórios, a população residente em Portugal é de 10,3 milhões de pessoas. A população diminuiu 2,1% nos últimos 10 anos, e «acentuaram-se os desequilíbrios na distribuição da população pelo território, com uma maior concentração da população no litoral e junto à capital. Agravou-se também o fenómeno de envelhecimento da população, com o aumento expressivo da população idosa e a diminuição da população jovem: em 2021 existem 182 idosos por cada 100 jovens», explica o INE.
A população estrangeira residente em Portugal cresceu cerca de 40% face a 2011, num total de 555.299 pessoas.