A Ordem dos Arquitectos tem agora mais 9 membros honorários, 8 pessoas singulares e uma pessoa coletiva, cujos títulos são oficialmente atribuídos esta quarta-feira.
A cerimónia de atribuição de título de membro honorário é já uma tradição da Ordem dos Arquitectos no encerramento do mês de celebrações nacionais do Dia Mundial da Arquitetura, que se assinala anualmente na primeira segunda-feira do mês de outubro. Aos dois títulos de membro honorário, indicados pelo Conselho Diretivo Nacional da Ordem dos Arquitectos, são indicados mais sete, um por cada Conselho Diretivo Regional.
De acordo com a OA, uma das atribuições é feita a título póstumo e as distinções devem-se à forma como cada um defendeu e promoveu a arquitetura ao longo da vida e percurso profissional. Os títulos vão para: José Manuel Castanheira; Ana Isabel de Melo Ribeiro; Fundação Bissaya Barreto; Danilo Matos; Alberto Cruz Reaes Pinto; António Porfírio de Sousa Maia; Eduardo Read Teixeira (a título póstumo); José Manuel dos Santos Gigante e Miguel Rocha.
Avelino Oliveira, presidente da Ordem dos Arquitectos, refere em comunicado que “a Ordem dos Arquitectos é importante reconhecer aqueles que, dentro e fora da profissão, dedicam a sua carreira à valorização do nosso património e da cultura arquitetónica. A atribuição do título de Membro Honorário é o nosso maior reconhecimento a personalidades e entidades cuja obra e percurso são essenciais para a dignificação da arquitetura e para a promoção de um futuro mais inclusivo e consciente da importância do espaço que habitamos”.
Por nomeação do Conselho Diretivo Nacional da OA, são distinguidos:
- José Manuel Castanheira, arquiteto, cenógrafo e pintor, natural de Castelo Branco, e uma das personalidades mais reconhecidas da criação artística e teatral portuguesa. Doutorado em Cenografia e Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, onde leciona desde 1982, construiu um percurso de mais de quatro décadas que cruza arquitetura, artes plásticas, cenografia e museologia;
- Ana Isabel de Melo Ribeiro (Historiadora) pelo seu contributo decisivo na valorização e divulgação da história da profissão através da obra “Arquitectos portugueses: 90 anos de vida associativa”, e pela sua dedicação à preservação da memória e identidade dos arquitetos portugueses.
Por nomeação dos Conselhos Diretivos Regionais, serão homenageados:
- Fundação Bissaya Barreto, título atribuído pela Secção Regional Centro, pela iniciativa de dedicar uma nova fase do parque "Portugal dos Pequenitos" à arquitetura contemporânea ao promover a aprendizagem e o pensamento crítico através da arquitetura à escala da criança;
- Danilo Matos (engenheiro civil), título atribuído pela Secção Regional Madeira, pela sua postura crítica ativa em questões de arquitetura e património edificado na Madeira, que contribui para a preservação do legado cultural e a adequação da renovação urbana;
- Alberto Cruz Reaes Pinto, título atribuído pela Secção Regional Lisboa e Vale do Tejo, pelo notável contributo para a dignificação da profissão, pelo exemplar desempenho de cargos na Ordem dos Arquitectos e pelo seu contributo excecional na produção de habitação em pré-fabricação pesada;
- António Porfírio de Sousa Maia, título atribuído pela Secção Regional Algarve, pela relevância da sua experiência profissional nas esferas pública e privada, e pela sua intervenção no espectro académico e nas políticas urbanas na região do Algarve;
- Eduardo Read Teixeira, título atribuído pela Secção Regional Açores, (a título póstumo), pelo seu papel como primeiro arquiteto açoriano e membro da 2.ª geração de modernistas nos Açores, com vasta obra em projetos hospitalares e urbanísticos;
- José Manuel dos Santos Gigante, título atribuído pela Secção Regional Norte, pelo notável contributo para a arquitetura contemporânea portuguesa ao consolidar uma prática profissional articulada com a intervenção social, destacando-se a sua responsabilidade na equipa do SAAL para a renovação da Sé do Porto;
- Miguel Rocha, título atribuído pela Secção Regional Alentejo, pelo seu percurso profissional dedicado ao ensino e formação. O seu trabalho inclui intervenções significativas, e o seu conhecimento técnico é vasto na construção, execução e recuperação da taipa militar no Alentejo, nomeadamente, nas obras da Fortificação Abaluartada de Campo Maior e do Forte da Juromenha.
Com esta cerimónia, a Ordem dos Arquitectos “reafirma o seu compromisso em valorizar o papel da arquitetura na construção de uma sociedade mais consciente, culturalmente rica e sustentável. A distinção dos novos Membros Honorários simboliza o reconhecimento coletivo de trajetórias que inspiram o presente e projetam o futuro da profissão, reforçando a importância de uma prática que une arte, técnica e responsabilidade social”.