Observatório da Profissão quer ser “retrato real” da arquitetura

«O Observatório da Profissão é um instrumento fundamental para conhecer a realidade da profissão em Portugal. É um instrumento de recolha, análise e tratamento de informação que queremos que permita à Ordem dos Arquitectos ter a informação para construir alicerces sólidos para a sua atuação, antecipar as discussões e ser prepositiva», explicou Gonçalo Byrne, Presidente da Ordem dos Arquitectos, em entrevista à Vida Imobiliária.Tendo em vista que «existia alguma escassez de informação rigorosa, com amostragens significativas, sobre o exercício profissional dos arquitetos e a prática em arquitetura», com o Observatório da Profissão «é algo que será agora colmatado», pois os dados recolhidos vão permitir «por um lado, abrir a OA à sociedade, que poderá aceder de forma transparente ao trabalho desenvolvido pelo Observatório da Profissão e, por outro lado, internamente ajudar a encontrar estratégias de atuação e políticas de regulação da profissão, a curto, médio e longo prazo», reitera o presidente da OA.1ª fase do inquérito registou resultado históricoA primeira iniciativa do Observatório da Profissão decorreu junto dos membros da OA, de 15 de setembro a 30 de outubro de 2022, sob coordenação técnica e científica do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP).A 1ª fase do inquérito registou um resultado histórico: «contou com a colaboração de 7.649 membros da OA, o que corresponde à maior participação de sempre de arquitetos portugueses em inquéritos realizados pela OA ou mesmo pelo Conselho dos Arquitetos da Europa (CAE)», refere Gonçalo Byrne, acrescentando que este resultado «corrobora a importância do Observatório da Profissão e a necessidade premente de acesso a uma ferramenta de análise contínua do estado da profissão, em Portugal, objetivo que uniu os membros numa generosa participação, que nos fortalece enquanto classe profissional e nos ajuda a planear o futuro de forma consistente».Numa análise comparativa dos resultados obtidos no inquérito aos membros com outras fontes de informação, as apurações apontam para «uma profissão cada vez mais paritária (em 16 anos o universo feminino cresceu 10,8%, atingindo, neste momento, os 46,3%), com mais experiência (em 2012, no escalão mais baixo, 57% dos arquitetos tinha até 9 anos de prática profissional, atualmente 40% tem até 10 anos de experiência profissional) e maior estabilidade de vínculos laborais», revela Gonçalo Byrne.Neste inquérito «surgiram perto de uma centena de outras modalidades de trabalho, sensivelmente em 53 áreas suplementares, das quais se destacam funções relacionadas com o Desenho técnico, Comércio, Tecnologias de Informação, Gestão, Ramo imobiliário e até Design» e que «os arquitetos continuam a ter na habitação o seu maior enfoque, tanto em obras novas como em reabilitação», adianta o responsável.Observatório da Profissão trabalha em cinco grandes frentesCom o objetivo de ser um instrumento «o mais aproximado possível de um retrato em tempo real da profissão», o Observatório da Profissão trabalha em cinco grandes frentes: estabelecimento de medidas de cooperação com entidades relevantes para a prossecução dos objetivos do Observatório da Profissão; recolha de dados relativos à profissão; análise e cruzamento de dados que permitam apoiar ativamente a prática profissional, a valorização da Arquitetura e a reflexão sobre o setor, em Portugal; monitorização permanente, com publicação acessível da informação produzida; preparação das bases de informação e de conhecimento da profissão, em permanente atualização, a disponibilizar online, no novo site da OA.Novo inquérito dirige-se aos diplomados em arquitetura que nunca se inscreveram na OAOs dados já disponíveis do segundo momento de auscultação do inquérito evidenciam um «grande equilíbrio entre o número anual de diplomados em Arquitetura, em Portugal, e os inscritos na OA, estimando que só 6,4% dos diplomados nunca se tenha inscrito na OA», indica o responsável pela Ordem dos Arquitectos.Em primeira instância, a OA pretende, por exemplo, «compreender dificuldades que possam existir no acesso à profissão; quais os caminhos profissionais seguiram os jovens e se trabalham na área da Arquitetura; de que modo a formação em arquitetura é importante no seu desempenho profissional, mesmo que fora do setor da Arquitetura, entre outras coisas». Gonçalo Byrne reforça que é «fundamental perceber qual a realidade dos diplomados em Arquitetura, não membros da OA. O trabalho do Observatório da Profissão serve, no contexto da Arquitetura, não só os seus membros, mas também as entidades públicas e privadas e a sociedade, em geral».De recordar que o Observatório da Profissão tem o apoio dos investigadores do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP), «que asseguram a absoluta confidencialidade das respostas, bem como a imparcialidade e rigor no tratamento dos resultados obtidos», completa o presidente da Ordem dos Arquitectos.

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