A cidade de Lisboa conta, desde o dia 19 de março, com uma nova via na freguesia de Alcântara. A Rua Joaquim Carlos Silveira homenageia o empresário e urbanista cuja intervenção teve um impacto duradouro na configuração da cidade.
“São raras as vezes que imortalizamos, nas ruas da nossa cidade, o nome de alguém que a mudou verdadeiramente. Sem Joaquim Carlos Silveira, Lisboa não seria a mesma”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, sublinhando o impacto do empresário no setor imobiliário e na reabilitação urbana.
Joaquim Carlos Silveira iniciou o seu percurso profissional como desenhador na Câmara Municipal de Lisboa, experiência que lhe proporcionou uma base sólida para uma carreira reconhecida no setor da construção e do planeamento urbano. Na sua carreira, destacam-se projetos como o conjunto habitacional da Quinta do Lambert e a revitalização de Alcântara.
A atribuição do seu nome a esta rua simboliza “o tributo a um homem que, ao longo da sua vida, dedicou-se a tornar Lisboa uma cidade mais habitável e dinâmica”. Recorde-se que José Carlos Silveira nasceu em 1935, em Lisboa, cidade onde sempre viveu, e morreu em 2012.
Foi em 1992 que o Grupo SIL deu os primeiros passos na zona de Alcântara, com a aquisição, em hasta pública, de um conjunto de armazéns com 6.600 m² pertencentes ao Ministério da Defesa. A operação baseava-se na possibilidade de construir naquele local, mediante a aprovação do plano de Alcântara, cuja entrada em vigor, segundo o edital do leilão, estaria prevista para o prazo de um ano. Contudo, cinco anos depois, em 1997, o plano ainda não tinha sido aprovado. A Câmara Municipal de Lisboa sugeriu então ao Grupo SIL que reforçasse a sua presença na zona com a compra de mais terrenos, de forma a criar massa crítica suficiente para viabilizar um novo plano urbanístico.


Ao longo dos anos seguintes, a empresa adquiriu mais 13 propriedades, totalizando uma área de 43.200 m² em 2008. Entre essas aquisições, destaca-se a antiga fábrica de açúcar da Tate & Lyle, com mais de 23.000 m², a maior parcela do conjunto. Foi apenas em 2019 que o loteamento para o novo empreendimento viria a ser finalmente aprovado, após mais de duas décadas de investimento e preparação.
Em declarações à VI, Pedro Silveira, presidente do Grupo SIL, comenta que "é muito difícil descrever o significado que esta homenagem tem para o Grupo SIL e, para mim pessoalmente, o que representa ver a cidade prestar esta homenagem ao meu pai. Sem dúvida, o momento mais emocionante desde 1985, ano em que comecei a trabalhar aqui".